A eterna questão sobre se ter muito dinheiro é garantia de felicidade também gera discussões no futebol. É bom ter milhões para gastar, mas estes pouco ou nada garantem, como se pode ver pelo que aconteceu na época passada.
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O F. C. Porto, limitado financeiramente, conseguiu ser um campeão indiscutível, impondo-se com naturalidade onde tudo deve decidir-se quando falamos de desporto: dentro do campo.
O futebol deu, em poucos meses, uma grande volta, mas as coisas em Portugal não mudaram. O campeão nacional, que ontem voltou ao trabalho, continua com o raio de ação no mercado de transferências condicionado pelas contas, enquanto o Benfica investe como nunca, ao ponto de se ter tornado o clube europeu que mais dinheiro aplicou em contratações.
No meio desta diversão que é, ano após ano, o mercado de transferências, um clube português, no caso, o Benfica, disputa hoje a final da UEFA Youth League, diante do Real Madrid. A liga dos campeões dos pequeninos vai na sétima edição e em quatro das finais contou com formações portuguesas. No ano passado, o F. C. Porto ergueu o troféu, enquanto o Benfica foi finalista vencido em duas ocasiões.
Ainda que os negócios dos clubes portugueses se esforcem por desmenti-lo, a qualidade dos nossos jovens devia bastar para não "importar" futebolistas às carradas, sem critério, ou tendo como único objetivo gerar mais-valias.
A pujança do futebol inglês também resulta da capacidade de reter as promessas. Não há muitos jogadores britânicos a atuar no exterior. E porquê? Se calhar, porque para um estrangeiro ingressar naqueles campeonatos tem de possuir um número mínimo de internacionalizações. Já em Portugal, é como sabemos. Veremos, em breve e com os plantéis fechados, qual será a taxa de estrangeiros na Liga Revelação, uma competição criada para potenciar o talento dos jovens futebolistas nacionais.
*Editor-executivo