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No domingo, o Braga contrariou as expectativas e começou melhor: para além de travar a torrente ofensiva da equipa de Ruben Amorim, conseguiu impor o seu jogo por longos períodos e oferecer alguns bons momentos de futebol atacante. Melhor que tudo, Ricardo Horta mostrou a eficácia que lhe conhecemos e marcou dois golos que colocaram o Braga com uma confortável vantagem ao intervalo (2-0).
Por essa altura, imperava uma alegria inquieta nas bancadas da Pedreira. Por um lado, os dois golos de vantagem pareciam dar a margem necessária para acreditar na vitória bracarense; mas, por outro, o poder atacante e o valor simbólico que a partida tinha para o adversário criavam um sentimento de intranquilidade.
Nas bancadas, a intranquilidade traduziu-se numa dose reforçada de apoio com os 19 mil adeptos bracarenses a criarem um ambiente fantástico. No relvado, a intranquilidade apequenou a equipa que abandonou a organização e a alegria da primeira parte para se remeter a uma exibição sem fio, sem ideias e sem vontade. Aguentou-se até aos 59 minutos, tendo sofrido desafortunadamente na sequência de um pontapé de canto. E depois nunca mais se encontrou.
Foram trinta minutos absolutamente fatais, que entregaram o triunfo ao adversário por 4-2. É verdade que o contexto do jogo era extraordinariamente adverso ao Braga. É verdade que tínhamos jogado muito longe e tivemos menos dois dias de descanso que o adversário. É verdade que estes jogadores não foram escolhidos pelo treinador. Mas perder assim deixa marcas: esta é uma derrota dolorosa que se segue a um empate doloroso. É preciso fazer mais.
*Adepto do Braga