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“Só resolvo isto na PlayStation” foi a frase que Jorge Jesus escolheu para comentar um jogo em que o Braga foi violentamente prejudicado na Luz. Era janeiro de 2009 e o treinador tinha toda a razão. Ironicamente, na época seguinte, mudou-se para o Benfica onde foi um dos principais beneficiários do sistema montado no futebol português: entre túneis e outros processos kafkianos afastaram o Braga de Domingos de uma inédita conquista do título.
Quinze anos depois de 2009 e 50 depois de 1974 tudo permanece tristemente inalterado no futebol português. O último jogo entre Braga e Benfica ficou marcado pela lastimável prestação da equipa de arbitragem que poupou a expulsão de Otamendi depois de uma violenta agressão a Zalazar. O árbitro não viu, o VAR não viu e a televisão do Benfica também não viu. Mas todo o mundo, incluindo o diário desportivo afeto ao clube da Luz, viram.
A equipa do árbitro João Pinheiro impediu o Braga de jogar em vantagem numérica durante 45 minutos e assim influenciou o desfecho da partida. A Liga, sempre tão preocupada em limitar a liberdade de expressão dos adeptos, não parece minimamente preocupada com tão gravosa interferência nos resultados. E não parece ter qualquer vontade de corrigir a manifesta incompetência dos árbitros sempre em prejuízo dos mesmos. Também não parece querer acabar com a promiscuidade de vermos um clube transmitir de forma parcial jogos oficiais cuja responsabilidade é da Liga.
O estado a que chegamos no futebol português é absolutamente lastimável. Quem faz aqui um 25 de Abril?