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André Ventura irá candidatar-se hoje à Presidência da República. Chamará a sua mulher ao palanque e dirá que, depois de muito ponderar, não viu outra hipótese se não assumir as responsabilidades. Falará dos candidatos, na sua opinião uma soma de mais do mesmo, e selará um pacto com os portugueses: a revolução está em curso e ele é o homem do leme, o homem da mudança, o que em nenhum momento poderá desamparar quem nele acredita e logo numa eleição como esta. Ventura irá fazê-lo por não poder fazer outra coisa. As autárquicas cansam-no por revelarem uma corja ainda menos recomendável do que ele imaginaria ser possível, refugo que o fragiliza mais do que se queimasse calorias mediáticas todos os dias com hambúrgueres e festivais de cidadania. Uma ralé que, de norte a sul, será notícia, como tem sido, por roubar, incendiar, ameaçar, espancar e tutti quanti. Honra seja feita à candidata do Chega à Chamusca por, honradamente, vender erotismo num portal de homens gulosos. Bem, é provável que Marques Mendes e António José Seguro tenham ido a Fátima queimar velinhas de dois metros para que as minhas linhas se concretizem... é que se Ventura for candidato o senhor almirante, com alta probabilidade, ficará a ver navios e só lhe restará jogar batalha naval com os marinheiros na reforma. Ventura roubaria metade dos votos de Gouveia e Melo e iria à segunda volta com um dos dois moderados... ou com um Sebastião que irromperá do nevoeiro se hoje Ventura cantar Belém até que a voz lhe doa.