Eduardo Vítor RodriguesQue seja um ano mesmo novoA chegada de um novo ano marca muitas vezes um curto tempo de fraternidade. São muitas as mensagens, mais ou menos estereotipadas, de preferência em grupos, para ser mais ágil. Uns tantos telefonemas, uns eloquentes desejos de bom ano, um pouco à imagem do círio que se coloca no Dia dos Fiéis, depois da última visita ao cemitério, por acaso no Dia dos Fiéis do ano anterior.
Eduardo Vítor RodriguesReflexões indiscretas1. O debate sobre a descentralização tem mostrado coisas interessantes. Por um lado, o Governo transfere para as autarquias mais dinheiro do que aquele que era outrora gasto pelo poder central. Por outro lado, as autarquias queixam-se da insuficiência dos meios transferidos. O problema não é um Estado central que quer fintar as autarquias; o problema é o subfinanciamento crónico das funções do Estado durante as últimas décadas, a que poucos deram relevância e a que muitos entregaram enormes expectativas de privatização.
Eduardo Vítor RodriguesPopulismos de circunstânciaOs últimos anos têm demonstrado a centralidade dos fundos europeus e das negociações europeias para a conformação dos investimentos nacionais. É assim em Portugal, como nos demais países da Europa. Importa, por isso, assumir a importância das negociações de fundos como instrumentos de criação de novas infraestruturas ou de renovação de infraestruturas existentes.
Eduardo Vítor RodriguesDesenvolvimento a alta velocidadeAssistimos ao anúncio da linha de alta velocidade (AV) Porto-Lisboa, cuja obra começa a Norte. É uma peça fundamental da estrutura de transportes, com as linhas de metro, e marca a lógica de rede articulada e intermodal dos transportes metropolitanos e das ligações nacionais e internacionais.
Eduardo Vítor RodriguesAs respostas à crise da EuropaO momento atual tem gerado angústias e incertezas às famílias e às empresas. A crise não será episódica e vai prolongar-se, com prejuízos sérios para os países europeus e até para os seus governantes. Não me parece descabido pensar que as ações de Putin bombardeiam militarmente a Ucrânia, mas estão a bombardear politicamente os governos europeus, últimos responsáveis, aos olhos das pessoas, pelas dificuldades económicas criadas por esta invasão russa.
Eduardo Vítor RodriguesA f(r)atura social A valorização dos direitos sociais exige, pelo menos, dois requisitos. Por um lado, devem ser percecionados como socialmente justos e relevantes; por outro lado, devem ser avaliáveis, quantificados, coisa que temos muitas dificuldades em fazer quando o princípio é a "gratuitidade". As designadas creches "gratuitas" não são, na verdade, gratuitas. São pagas pelo Estado, ou seja, pelos impostos de todos, assumidas pela consideração da sua relevância para as pessoas. O mesmo ocorre com a habitação social; as rendas simbólicas decorrem da comparticipação dos impostos das pessoas que os pagam, numa lógica de solidariedade social. E também ocorre com os múltiplos apoios na educação, na saúde ou na velhice.
Eduardo Vítor RodriguesUma Europa sem cansaços As relações internacionais, tal como as conhecemos hoje, emergem basicamente da arquitetura geopolítica do Pós-Guerra e da Guerra Fria. De um lado, as forças ocidentais aliadas, do outro lado, os russos e os seus parceiros, com a China num papel especial.
Eduardo Vítor RodriguesE depois do adeus? A TAP voltou a ser notícia na Região Norte por várias razões, todas elas negativas. A pior de todas foi, para lá do financiamento necessário, a reafirmação da desvalorização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, mantendo insuficiência de rotas para a dinâmica económica da região.
Eduardo Vítor RodriguesVida além das redes O ataque feito a António Guterres por uma aparente inércia na abordagem à hedionda guerra de Putin contra a Ucrânia mostrou o efeito consolidado das redes sociais no pensamento e nos comportamentos sociais. É certo que a ONU já foi ONU.
Eduardo Vítor RodriguesUm Orçamento com equilíbrioO Orçamento do Estado trouxe um conjunto de mensagens políticas do Governo e da Oposição, que mostram como o povo é sábio.
Eduardo Vítor RodriguesFazer o que é preciso?! A tomada de posse do novo Governo ficou marcada por duas ideias lançadas por Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso, preparado cirurgicamente para ser o assunto da quinzena.
Eduardo Vítor RodriguesDilemas da contratação A abordagem ao reequilíbrio financeiro dos contratos públicos e à própria lógica da revisão de preços ganhou novo fôlego na atualidade.
Eduardo Vítor RodriguesO justiceiro de Dniepre Em 2016, foi publicado um trabalho histórico de grande fôlego, da autoria do professor Ian Kershaw, da Universidade de Sheffield, intitulado "À beira do abismo", onde se explica a dimensão psicossocial das decisões de Hitler.
Eduardo Vítor RodriguesA culpa do carteiro Em 2007, foi publicado o regulamento europeu 1370 do Parlamento Europeu e do Conselho, que estabeleceu a obrigatoriedade de implementação das regras de mercado ao transporte coletivo, bem como a possibilidade de compensação financeira pública nas operações relevantes e deficitárias.
Eduardo Vítor RodriguesA sabedoria das pessoas As pessoas deram maioria absoluta a António Costa, contrariando as profecias mediatizadas. Na última semana, ouvimos uns coristas envelhecidos a proclamar o cheiro a poder. Por efeito das zaragatoas, confundiram o cheiro do poder pelo odor do podre. A gula pelo poder é o resquício de modelos ultrapassados, aos quais as pessoas responderam nas urnas.
Eduardo Vítor RodriguesMudar para onde?! (3) É urgente assumirmos o nosso sorriso. A vida é uma dádiva, vivemos num país extraordinário, com uma História magnífica e um povo cheio de valor. Temos problemas, claro. Mas já viram o que se passa no resto do mundo?
Eduardo Vítor RodriguesMudar para onde?! (2) As próximas eleições serão um dos momentos centrais da nossa vida coletiva. Implicam a noção do momento histórico que vivemos e dos seus desafios, a responsabilidade de sair de casa e fazer escolhas, a ultrapassagem de pequenos incómodos ou desilusões com a política e a determinação num país estável. Menos soluços pontuais e mais soluções duradouras.
Eduardo Vítor RodriguesMudar para onde?! (1) Estamos a caminho de um momento de escolhas políticas, desejavelmente alargado aos próximos anos, com estabilidade para o crescimento sustentável e humanista e para opções reformistas. Escolhas racionais, pensando no nosso futuro coletivo e no nosso país. Mas também escolhas afetivas e de valorização da liderança do nosso país nos últimos anos, em áreas que importa relembrar:
Eduardo Vítor RodriguesMais Portugal, mais Europa Os tempos atuais são desafiantes para o país e para a Europa. A pandemia colocou a nu o conjunto de equívocos históricos que foram prosseguidos, abrindo o flanco para os atuais incrementos de preços das matérias-primas e das matérias transformadas e, consequentemente, para a inflação.
Eduardo Vítor RodriguesPatrimónio mundialEvoca-se, por estes dias, um quarto de século sobre a classificação pela UNESCO do Centro Histórico do Porto, da ponte Luiz I e da Serra do Pilar, em Gaia, como Património Mundial da Humanidade.
Eduardo Vítor RodriguesO pacto para o desenvolvimento (4)A estrutura metropolitana tem vindo a reforçar o seu papel direto na vida das pessoas. Numa primeira fase, foi o papel dos transportes no quotidiano dos cidadãos.
Eduardo Vítor RodriguesO pacto para o desenvolvimento (3)As comunidades locais não são incompatíveis com o reforço da Europa. Por isso, o processo de descentralização para as autarquias locais - freguesias e municípios - não é incompatível com o reforço do papel da Europa no Mundo, como não é incompatível com o processo de regionalização.
Eduardo Vítor RodriguesO pacto para o desenvolvimento (2)Os cidadãos devem assumir-se como o pilar da democracia. Sob a égide dos conceitos de comunidade, de participação, de cidadania, entre tantos outros, as pessoas são chamadas, hoje mais do que nunca, a envolverem-se na vida pública.
Eduardo Vítor RodriguesO pacto para o desenvolvimento (1)Portugal está farto da enfadonha gabarolice de quem se acha superior e já não aguenta a subtração de recursos que nos tolhe a confiança, ou a desfaçatez de quem perde a vergonha ao mesmo tempo que vende a dignidade. Isso não explica, por si só, a abstenção, mas ajuda. Um abraço com uma navalha no meio dos dedos não é disfarçável.
Eduardo Vítor RodriguesTempos exigentesOs últimos tempos foram marcados pelas eleições autárquicas. Mostrou-se que o poder local continua a ser o reduto da relação de proximidade e de confiança.