<p>Trinta arquitectos de Espinho uniram-se para contestar o novo Plano Director Municipal, actualmente em discussão pública. Se aprovado, dizem, Espinho poderá não passar de um dormitório do Porto.</p>
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Numa iniciativa que se diz ser inédita em Portugal, 30 arquitectos de Espinho juntaram-se num movimento de contestação contra o novo PDM que até meados deste mês se manterá em discussão pública. O grupo de arquitectos, que diz nunca ter sido tido nem achado nos dez anos que demorou a revisão do documento estratégico, diz temer que a aprovação do Plano tal como está leve a que o concelho se transforme num deserto de gente e de investimentos. O futuro de Espinho, acreditam, passará por se transformar num dormitório da Área Metropolitana do Porto.
Num documento já entregue à Câmara, os arquitectos fazem notar que, se o novo PDM passar, verificar-se-á uma redução de 68% da capacidade de construção e de alojamento no concelho, o que levará, obrigatoriamente, a um decréscimo populacional.
É que, segundo explicaram ao JN, além da altura dos prédios não poder ultrapassar os três pisos, fora dos centros das cinco freguesias do concelho, não será, por exemplo, possível construir num lote de 1000 metros quadrados, só o podendo fazer em terrenos muito maiores e consequentemente com custos muito mais elevados.
Os entraves à construção, dizem, serão tantos que os jovens espinhenses não terão outra hipótese se não a de fugir para os concelhos limítrofes, já que o custo das habitações será cada vez mais elevado.
Uma situação que levará a que o concelho venha a ser habitado apenas por elites, isto porque "quem nasceu, cresceu e viveu cá, não tem capacidade económica para comprar habitação em Espinho". Mais: a situação levará mesmo, acrescentam, à proliferação das construções clandestinas, um mal que grassa no concelho.
Os arquitectos pedem, assim, a suspensão imediata do Plano, até porque consideram que o mês dado para a discussão pública é escasso, isto para que seja possível analisá-lo convenientemente.
De referir que o novo PDM está disponível para análise, não só na Câmara Municipal, mas também no sítio da Autarquia na Internet, em www.cm-espinho.pt.