<p>Dezenas de alunos de Anadia foram vítimas, nos últimos dois dias, de um surto de gastroenterite aguda, confirmou, ontem, quinta-feira, a delegada de Saúde, Fernanda Pinto, e o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques.</p>
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Na origem do problema poderá estar o consumo de água do sistema municipal que, apesar das análises apontarem para a normalidade, pode conter algum vírus que terá afectado a população. Em comunicado, enviado ao final da tarde de ontem, os dois responsáveis referem que o surto, "é de origem viral, característica deste período do ano". "A doença é breve, benigna ou de gravidade ligeira, podendo ter a sua origem nos alimentos, incluindo a água". O JN gostaria de ter perguntado a Fernanda Pinto se os alimentos, que não a água, poderiam ser responsáveis por um surto que atacou simultaneamente em zonas distantes de Anadia e ao mesmo tempo, mas a delegada de Saúde recusou falar.
O presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, adiantou que "as últimas análises à água da rede, efectuadas esta 3.ª feira, revelam que todos os parâmetros estão dentro da normalidade". No entanto, admite que as análises "podem esconder a presença de um qualquer vírus que esteja na origem desta situação, por isso, a Câmara já pediu ao Instituto Ricardo Jorge análises complementares e, por precaução, solicitamos que até serem apuradas as causas do problema, os moradores fervam a água ou consumam líquido engarrafado".
Apesar de não terem a certeza da origem do problema, "a Câmara decidiu, ontem, fornecer até ao início da semana água engarrafada às escolas primárias e infantários públicos do concelho", refere o comunicado. Para prevenir a propagação do surto, "vai-se reforçar temporariamente as medidas de desinfecção da água" e aconselha-lhe uma série de cuidados, como lavar as mãos antes de ingerir alimentos e desinfectar com 10 gotas de lixívia pura os hortícolas. No caso do aparecimento de sintomas, recomendam os responsáveis a ingestão de líquidos e o recurso aos Serviços de Saúde.
O Colégio de Mogofores foi das escolas mais afectadas. O padre José Fernandes, director pedagógico, disse que em dois dias cerca de 50 alunos apresentaram os mesmos sintomas, "vómitos e cólicas". Por precaução, o colégio desde ontem que apenas dá chá e água engarrafada aos 250 alunos. A Secundária de Anadia também foi afectada, mas em menor escala. "Apenas meia dúzia de casos", revelou o vice-director, Dino Rasga.