Câmara volta a reforçar verba das instituições de solidariedade. Em ano de pandemia, pedidos de ajuda alimentar aumentaram.
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A verba disponibilizada anualmente pela Câmara de Guimarães às instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do concelho é hoje três vezes superior àquela que era entregue há cinco anos. O número de IPSS contempladas com apoios também duplicou e nem só a pandemia justifica o reforço de verbas.
Ontem, em reunião de Câmara, o Executivo municipal vimaranense aprovou a atribuição de quase dois milhões de euros de financiamento a 101 IPSS do concelho. O valor reflete uma aposta crescente na área social. Em 2016, o mesmo regulamento atribuía cerca de 600 mil euros a 52 entidades. No ano seguinte, o apoio foi de 1,5 milhões de euros a 70 instituições. Em 2018, 87 entidades receberam um total de 1,3 milhões. Em 2019, subiu para 1,7 milhões e 94 instituições. No ano passado, foram 1,6 milhões a 101 instituições.
Ou seja, entre 2016 e 2021, triplicou a verba atribuída e duplicou o número de instituições contempladas. "É muito importante a capacitação das instituições e dos seus técnicos pois é cada vez mais alta a exigência social", justificou Paula Oliveira, vereadora da ação social. A responsável frisa que o reforço "não foi só agora em tempo de pandemia" e é "uma marca dos dois últimos mandatos".
Para se candidatarem ao apoio, as instituições têm de apresentar projetos que, em 2021, estão ligados a áreas tão diversas como a violência doméstica, a promoção da igualdade ou questões relacionadas com a infância, a juventude e a terceira idade.
Apesar do aumento constante, mesmo em anos sem pandemia, é inevitável a constatação de que a covid-19 trouxe "um agravamento da situação económico-social que se refletiu no bem-estar das famílias vimaranenses", constata Paula Oliveira. Concretamente, acrescenta, houve um aumento "dos pedidos de resposta alimentar" junto da cooperativa Fraterna, programa alimentar da Câmara e grupos informais de cidadãos que entregam comida a desfavorecidos.
Ao mesmo tempo, também por causa da pandemia, as IPSS tiveram "uma despesa acrescida brutal" com equipamentos de proteção, o que obrigou a "um grande investimento do ponto de vista económico", sublinhou a vereadora.