A Confraria Gastronómica do Leitão pretende recuperar os Amores da Curia como doce tradicional da Bairrada. Criado no início do século passado, os Amores da Curia atravessaram a Belle Époque marcando o romantismo, as vivências sociais e a arquitectura da Curia.<br />
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Emilia Wissmann encontrou no pastel de massa folhada finíssima recheada de doce de ovos moles o produto sofisticado para responder aos clientes que pernoitavam, nas primeiras décadas do século vinte, nos grandes hotéis da Bairrada (o Palace e o Grande Hotel da Curia ou o palácio do Bussaco). O bolo nasceu rectangular mas ganhou a forma de coração.
Esta semana, a Confraria do Leitão, com o apoio do Turismo do Centro, convidou as 90 pastelarias com fabrico próprio da Bairrada, restaurantes e hotéis para assistirem a uma demonstração de grandes chefes de cozinha que foram desafiados a criarem sobremesas com base nos Amores da Curia.
“O objectivo foi sensibilizar os pasteleiros para recomeçaram a fazer os Amores da Curia. E relativamente aos hoteleiros, pretendemos, com a presença dos conceituados chefes de cozinha, ajudá-los a criarem sobremesas com o nosso doce”, explicou, ao JN, António Duque, presidenteda Confraria.
Hélio Loureiro foi um dos chefes convidados. Depois de ter ajudado a historiar o doce da Curia, vestiu a bata para inovar com uma sobremesa em que aproveitou a base dos Amores juntando gelado de canela. Depois borrifou a sobremesa com aguardente velha da região e cobriu-a com um molho de laranja e framboesa. A Bairrada que aproveite.