O novo bispo do Porto desejou, este sábado, que o ataque de mísseis na Síria não seja o "episódio definitivo" de uma terceira guerra mundial, criticando o "populismo" e a "afirmação pessoal" com "meios modernos de guerra".
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"O papa Francisco tem falado, há mais de um ano, de uma terceira guerra mundial por episódios. Oxalá ela não venha agora num episódio quase definitivo", afirmou Manuel Linda, em declarações aos jornalistas, admitindo estar "preocupado" com a situação na Síria.
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Manuel Linda lamentou os "os populismos vindos de muitos lados do mundo" e o uso da "afirmação pessoal com meios modernos de guerra" por parte de quem não tem "nenhum dado de cultura política por trás de si".
"Tenho medo que se use esta afirmação pessoal, com os meios modernos que temos de guerra, numa tentativa primeira de desafiar o inimigo mas, depois, este desafio atinge dimensões irrecuperáveis", afirmou.
"Tenho medo que haja passos mal dados", vincou.
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.
O novo bispo do Porto notou que, "infelizmente, os populismos vêm de muitos lados do mundo e até nem tem cobertura ideológica de direita ou de esquerda", podendo "existir num lado e noutro".
"Encontramos pessoas que não têm nenhum dado de cultura politica por trás de si próprios. Têm apenas a sua afirmação pessoal", disse.
"Como católicos, temos de alertar para a dimensão humana e a dimensão religiosa, e rezar por sabedoria e lucidez aos condutores dos pobres", concluiu.