Os Bombeiros Voluntários de Arouca estão desde as 18:30 deste domingo a tentar resgatar dois casais e duas crianças franceses retidos numa das margens do Paiva, quando desciam o rio em caiaque.
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As duas famílias ficaram impossibilitadas de sair do local por meios próprios, a poente da ponte de Alvarenga, e estarão apenas a cerca de 100 metros de distância da equipa de socorro, acrescentaram.
O comandante da corporação explicou à Lusa que não há possibilidade de retirar as seis pessoas do local por se encontrarem no fundo de "uma escarpa com 90 graus de inclinação ou mais".
"Não há saída possível neste ponto porque nem os bombeiros conseguem ver o terreno para descerem até à margem, nem os franceses têm hipótese de subir", declarou Floriano Amaral.
"A única solução vai ser conduzi-los pelas pedras até um quilómetro mais abaixo, onde já há um acesso que nos permite chegar até eles", disse.
Segundo o que o comandante conseguiu apurar através de contacto telefónico com os referidos turistas, num diálogo que terá sido dificultado pelo uso do Francês e pelas más condições de rede no local, as duas famílias estariam a descer o rio quando, ao aproximarem-se de uma cascata, decidiram acostar por não se sentirem aptas a continuar o percurso nos caiaques.
"O que eles não sabiam é que, neste sítio, a única alternativa decente é descer pela água", observou Floriano Amaral. "Mas agora nem pela água podem ir porque é noite cerrada e a única solução é mesmo saírem apeados, mais abaixo".
Controlando a localização dos franceses a cada momento através de GPS (sistema que permitiu a fácil localização das duas famílias depois do pedido de auxílio ao 117), o comandante dos bombeiros de Arouca garantiu que "todos estão em segurança", embora "com medo, com fome e talvez com hipotermia - apesar de estarem a usar fatos térmicos".
O mesmo responsável adiantou que a operação de socorro envolvendo 20 bombeiros "ainda é festa para durar umas horas" e disse que nos trabalhos de resgate estão também a colaborar populares de Alvarenga, "que são quem melhor conhece esta zona".
"Estão a tentar atravessar o rio de norte para sul, que é o lado onde estão os franceses", acrescentou Floriano Amaral, "para ver se os conseguem ajudar".
O comandante afirmou estar seguro quanto à história que "vai acabar por ter um final feliz", mas não deixou de lamentar a situação. "É muita irresponsabilidade destas pessoas meterem-se a estas horas num rio que não conhecem", disse o bombeiro, "e ainda para mais com duas crianças pequenas".