A Câmara do Porto aprovou uma proposta que pede ao Governo a avaliação das obras do metro em curso e informa que não serão licenciadas novas empreitadas, designadamente a Linha Rubi, sem que seja coordenada com a Autarquia a ocupação da via pública e reduzida a que existe atualmente com as atuais frentes de obra.
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A proposta foi aprovada com a abstenção do BE na reunião de Câmara desta segunda-feira. O movimento independente de Rui Moreira, PS, PSD e CDU uniram-se no voto favorável.
O presidente da Câmara, Rui Moreira, já tinha ameaçado com esta proibição de novos trabalhos da Metro do Porto. A medida ganha força com o apoio dos outros partidos, incluindo do PS, que lidera o Governo com maioria absoluta.
A proposta de recomendação sublinha que em causa não está a relevância das obras, mas o "deficiente planeamento" dos trabalhos, que tem causado vários problemas (a Autarquia recorda a inundação na Baixa) e atrasos consideráveis. "Não há uma única frente de obra em que os prazos sejam cumpridos", sublinha o documento.
Neste contexto, a circulação rodoviária na cidade está caótica, o que agrava também a situação da VCI, permanentemente congestionada. A Câmara fala em impacto de "proporções intoleráveis" na vida das pessoas e da economia da cidade.
Rui Moreira, que assina a proposta de recomendação, admite que as obras para os novos meios de transporte vêm ajudar a resolver o problema de excesso de transporte individual nas ruas, mas lembra que a cidade não pode morrer da cura.
"Temos que ter uma atitude firme. Queremos a obra, mas tem que ser bem feita. A cidade não aguenta mais frentes de obra que causem mais constrangimentos à mobilidade", afirmou o presidente da Câmara.
A recomendação exige ao Governo que a Câmara deseja ser ouvida no planeamento das futuras linhas do metro que estão em fase de elaboração do projeto.