<p>Três meses depois do temporal que destruiu parte do parque de campismo de Santa Cruz, Torres Vedras, Armando Ribeiro recupera às suas custas o que ficou danificado, mas os sinais de devastação ainda continuam muito presentes no parque.</p>
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Apesar dos prejuízos entre os 10 e os 12 mil euros, "desde o início que comecei a limpar tudo e a tentar recuperar e só não consegui fazer mais cedo a montagem da estrutura porque o tempo não tem deixado", contou à agência Lusa Armando Ribeiro, campista há 20 anos no parque de Santa Cruz.
O mesmo se passa com Silvério Faria, um dos 20 campistas que pernoitaram no parque quando o temporal se abateu, virando caravanas e fazendo voar tendas e a cair árvores devido aos ventos fortes. "Ainda pensei em desistir, mas ganhei coragem para recuperar tudo por causa de uma sobrinha neta que gosta muito de vir para aqui", conta, acrescentando que gastou cerca de quatro mil euros a recuperar tudo o que ficou destruído e voltou a viver todos os dias no parque.
Quem desistiu foi Alda Esteves e o marido, que assistiram "com grande aflição" à passagem dos ventos ciclónicos dentro da caravana, que acabou por tombar, obrigando-os a sair pela janela e destruindo todo o material que se encontrava no exterior do seu espaço.
O rasto de destruição continua bem presente não só na memória dos campistas, mas em todo o parque onde, passados três meses, estão a ser concluídas as operações de limpeza e corte de árvores, deixando dois terços dos 16 hectares do parque devastados.
Nem os seguros cobriram os prejuízos nem os apoios do Governo chegaram aos campistas, que recuperam às suas custas tudo o que o temporal destruiu e que criaram um fundo de solidariedade no sentido de arrecadar receitas através de festas a organizar ou outras ajudas que venham a receber.