<p>David Castro Álvarez, o canoísta galego que viria a perder a vida anteontem à tarde, nas águas do rio Vez, em Sistelo, Arcos de Valdevez, terá morrido à frente dos dois colegas, também galegos, que com ele desciam as bravas águas daquele curso de água.</p>
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"O caiaque onde seguia terá embatido num tronco, tendo o canoísta caído em escarpa de elevadíssima inclinação, onde as condições de acesso eram extremamente difíceis", indicou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, Carlos Ferreira, dando conta que David ter-se-á, então, separado do caiaque, que foi rio abaixo. "Os colegas que estavam com ele atiraram-lhe, então, uma corda, que ele atou ao colete que trazia vestido. Todavia, não resistiria à força das águas, vindo a sucumbir", acrescentou, dando conta que um dos colegas percorreu, então, cerca de dois quilómetros a pé, monte acima, em busca de auxílio, tendo o outro permanecido no local.
"Um absurdo"
"É um absurdo. Não encontramos palavras para esta tragédia, que sucedeu com uma pessoa tão experiente como era o David", confidenciou Henrique Rodriguez, natural de Tomiño, na Galiza (de onde David era natural), e antigo amigo do canoísta, enquanto assistia, ao longe, às operações de resgate do corpo. Segundo disse, o fatal acidente ter-se-á verificado "num dos troços mais seguros que eles iriam percorrer". Profundamente emocionado, António Cerqueira, fundador do clube náutico concelhio e velho amigo do entusiasta galego, não encontrava, também, palavras para a tragédia: "acho quase impossível isto ter acontecido aqui. Era pessoa com uma vasta experiência".
O alerta para o acidente chegaria aos "Voluntários" concelhios por volta das 17,30 horas. Quatro horas volvidas, uma equipa de salvamento de grande ângulo dos "Municipais" de Viana do Castelo chegava, também, ao local, situado em plena serra da Peneda, junto à nascente do rio Vez. Porém, o corpo do canoísta só chegaria ao centro de operações montado no lugar de Padrão (Sistelo) por volta das 1,15 horas de ontem. Cumpridas as formalidades legais, rumou, depois, ao Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, para realização de autópsia.