Centro de saúde de Campo "já vem tarde"

O novo equipamento - cuja construção começará já no início do próximo ano - pode, finalmente, avançar, devido à cedência de um terreno, em regime de superfície, por parte da Junta de Freguesia à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS- N). O protocolo foi assinado ontem, na presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.

E já vem tarde. Por quase 20 anos, os utentes de Campo tiveram cuidados de saúde num pré-fabricado, sendo que os seus trabalhadores - entre médicos, enfermeiros, administrativos e auxiliares - estiveram anos a trabalhar sem condições mínimas.

Não tinham, por exemplo, ar condicionado, e os gabinetes de atendimento, tanto o dos médicos como o dos enfermeiros, são pequenos.

"Já vem tarde. Mas é uma casa nova e é bom porque melhora,  por exemplo, as condições de salubridade. Teremos melhores condições físicas. Mas é importante que se diga que não chega melhorar as condições físicas. É importante investir nas condições laborais dos trabalhadores", avança a coordenadora do Centro de Saúde de Campo, Conceição Gamboa, acrescentando que "há  três ou quatro enfermeiros contratados, sendo que todos os administrativos são contratados, havendo gente nesta situação há 13 ou 14 anos".

"Com este concurso, as pessoas que aqui trabalham podem ficar ou não. Corro o risco de ficar sem eles, sem os enfermeiros, por exemplo. Esta insegurança é má para eles, para nós médicos e para os utentes", resumiu .

"Era importante desenhar o novo centro de saúde com mais um gabinete médico, porque nós aqui temos quatro médicos, mas precisamos de seis; e era importante mais um gabinete de enfermagem. Todos amplos", referiu a responsável. Para tranquilizar os utentes, Conceição Gamboa avança que decorrem já diligências no sentido de assegurar médico de família para todos os utentes.