Esta segunda-feira, 6 de dezembro de 2021, é o dia 1 da demolição do Edifício Jardim (vulgo prédio Coutinho), em Viana do Castelo. A máquina giratória, com pinça demolidora de grande alcance, chegou na sexta-feira e foram feitos ensaios.
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O trabalho pesado começa esta segunda-feira pelo bloco 3, situado nas traseiras e o mais pequeno dos três que compõem o edifício. Termina assim a longa contagem decrescente que se arrastava desde junho de 2000, quando a Viana Polis colocou um relógio gigante na marina da cidade para assinalar a passagem do tempo até ao fim do prédio. E que acabou por ser retirado com o arrastar do processo devido à ofensiva dos moradores nos tribunais para impedir a operação.
Segundo declarou ao JN o administrador da Viana Polis, Tiago Delgado, a destruição do primeiro bloco deverá ser concluída este mês e os escombros serão utilizados para criar uma plataforma que permitirá depois à máquina, com cerca de 40 metros de altura, alcançar o topo dos blocos 1 e 2, ambos com 13 andares. E demolir aquelas construções piso por piso.
O prédio Coutinho deverá desaparecer da paisagem de Viana do Castelo até março de 2022. Da contestação dos moradores restam algumas pendências na Justiça, mas que não impedem o avanço da máquina.
"Agora é irreversível. O edifício está totalmente desfardado, foram retirados todos os equipamentos e materiais interiores deixando só o esqueleto, e vamos começar a demolição que até fim de março será concluída", declarou Tiago Delgado, comentando que "da nossa parte não esperávamos outro desfecho que não este".
Adiantou que a operação avançará "de poente para nascente", sendo que o primeiro bloco "será totalmente demolido ainda este mês, possivelmente antes do Natal".
casa de 300
Quando há 21 anos foi anunciada a demolição pelo então ministro do Ambiente, José Sócrates, viviam no edifício cerca de 300 pessoas. As últimas abandonaram as suas casas nos primeiros meses deste ano, mas algumas ainda não a luta.
Tiago Delgado não garante que esta se encerre definitivamente antes do prédio vir abaixo. "Isso vai depender dos tribunais. O que está em causa agora, são ações principais referentes a providências cautelares que ainda não foram decididas e as que já estão foram sempre favoráveis à Viana Polis e não esperamos nenhuma inversão. É quase jurisprudência", disse, concluindo que também "não foram fechados ainda três ou quatro processos de expropriação, ainda estão a tramitar as suas condições nos tribunais cíveis".
O futuro passa pelo mercado municipal
Para o espaço deixado vago pelo prédio Coutinho, está programada a construção do novo mercado de Viana do Castelo. O edifício terá dois andares, 28 lojas, 56 bancas no piso zero e espaços destinados a atividades criativas e culturais no piso um. E na zona exterior, 160 bancas de venda tradicional para produtores das freguesias do concelho. A obra contempla ainda a construção de um túnel com 150 metros a ligar dois parques de estacionamento subterrâneos (um novo com 100 lugares e outro já existente com 220).
Custos
1,2 milhões de euros é o custo previsto da obra do novo mercado municipal, que nascerá no local "até ao verão de 2022", segundo a Câmara de Viana do Castelo.
8,2 milhões de euros é o valor da empreitada de demolição do prédio Coutinho, que está a ser executada pela empresa Baltor, de Viana do Castelo.