Dirigente sindical detido em Penafiel por "tentar impedir substituição de colega em greve"
Um dirigente sindical que integrava um piquete de greve foi detido pela GNR, esta quinta-feira, na estação ferroviária de Penafiel, alegadamente por tentar impedir a substituição de um trabalhador em greve, disse fonte sindical.
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Álvaro Pinto, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, disse à Lusa que "o piquete de greve estava a exercer a sua função, estava a tentar impedir que um trabalhador escalado para os serviços mínimos fosse desviado para fazer seguir um comboio que não estava incluído nesses serviços mínimo".
De acordo com este dirigente sindical, a greve está a ter uma adesão "muito elevada" na CP, uma vez que "nem os serviços mínimos estão a ser cumpridos".
Na Estação de S. Bento, no Porto, registou-se também "alguma confusão", nomeadamente quando alguns elementos do piquete de greve ocuparam a linha para impedir que um comboio circulasse sem a tripulação completa.
"O comboio ia seguir apenas com o maquinista, sem o revisor. Ao piquete de greve também compete zelar pela segurança e foi o que aconteceu neste caso", acrescentou Álvaro Pinto.
Segundo esta fonte, da Estação de São Bento saiu "apenas um comboio" dos "mais de 200 que habitualmente circulam" ao início da manhã.
Esta é a oitava greve geral convocada pela CGTP -- Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses. O protesto surge contra o agravamento da legislação laboral, o aumento do desemprego, o aumento do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade, acontecendo quatro meses após a última greve geral.
Desta vez, a UGT não se junta ao protesto, ao contrário do que aconteceu a 24 de novembro de 2011 e de 2010, porque a central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, o Crescimento e o Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.