A Junta de Freguesia de Recarei, em Paredes, interpôs uma providência cautelar contra a Junta de Gandra para travar a venda de um terreno, cuja propriedade é reclamada pelas duas freguesias. A disputa da propriedade do terreno vai ser decidida em Tribunal.
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Belmiro Sousa, o autarca de Recarei, disse ao JN que há vários anos que alerta o congénere da freguesia vizinha para a necessidade de resolver um problema de limitação do terreno, que segundo a Carta Administrativa Oficial de Portugal, desde 2001, pertence às duas freguesias.
Agora, a Junta de Gandra resolveu vender o terreno - com mais de 29 mil metros quadrados e avaliado em cerca de um milhão de euros - e a disputa volta a ser discutida. "Estou a defender os interesses dos habitantes de Recarei", referiu Belmiro Sousa, garantindo que, desde que tomou posse, há oito anos, procurou resolver esta questão das limitações do terreno e que teve algumas conversas com o autarca da freguesia vizinha nesse sentido. "Mas foram sempre acordos verbais. Dei-lhes conta de que ia fazer os limites da freguesia, mas isso também não foi aceite, deixou-se rolar", acrescentou.
Certo de que uma parte do terreno que a Junta de Gandra quer vender pertence à sua freguesia, Belmiro Sousa lamenta que tenha sido preciso agir judicialmente para resolver a questão. "É lamentável. Nem sequer tiveram uma conversa comigo. Estou a defender os interesses dos habitantes de Recarei", rematou, garantindo que está de "consciência tranquila" e que não vai "abrir mão de uma coisa que é dos recareirenses".
A nossa junta só está a ser atacada por ser do PSD
Também a Junta de Freguesia de Gandra reconhece que o terreno tem uma parte inscrita na área geográfica de Recarei, mas garante que há vários anos é a junta que faz a terraplanagem, vedação, tendo inclusive arrendado legalmente o terreno até há um ano, sem que ninguém tivesse reclamado. "Eles dizem que estão na posse, mas é uma falsidade".
A Junta de Freguesia de Gandra vai apresentar uma oposição à providência cautelar e Paulo Ranito garante ainda que esta contenda só se está a desenrolar por ser ano de eleições e por serem de "diferentes cores políticas''. "Isto tem um contexto meramente político e a nossa junta só está a ser atacada por ser do PSD", referiu.