São cerca de 45 hectares de terreno que darão lugar à expansão da Zona de Atividades Logísticas e Industriais.
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Já não existe a "duna" gigante que, nos últimos anos, era visível por quem passava junto ao Porto de Aveiro. O espaço, com 45 hectares, está agora livre e disponível para que a área portuária se expanda, através da criação da Zona de Atividades Logísticas e Industriais (ZALI).
Vai ser a segunda zona industrial marítima do país (a ´única até agora era em Sines), com a particularidade de ter acesso a cais privativos. O objetivo é que seja ocupada por empresas que ali se queiram instalar, mediante um contrato de concessão e o pagamento de uma "renda", facilitando os seus processos de importação e de exportação.
A "duna" era constituída por três milhões de metros cúbicos de inertes, resultantes de dragagens da ria de Aveiro. Devido a um processo judicial, durante anos foi impossível movimentá-la dali, mas a autorização acabou por acontecer, possibilitando a deslocalização de toda a areia para o mar, de forma a combater a erosão costeira. "Quando se libertou a primeira parte do território, foi para uma empresa, a A. Silva Matos, que já se encontra em plena produção e que vai ter um cais dedicado, de 200 metros, já em fase de construção", explica Fátima Alves, presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro (APA).
7,5 euros por m2
Disponíveis, agora, estão 14 parcelas de terrenos, que a APA quer ver ocupados por "indústrias que necessitem de ligação marítima". O preço para uso privativo dos terrenos é de 7,5 euros por metro quadrado, anualmente. "Temos 800 metros livres para construção de mais cais, mas nem todas têm que ter um. As empresas podem, depois, criar sinergias entre elas e até utilizar outros dos nossos cais", esclarece Fátima Alves.
Para a presidente da APA, a Zona de Atividades Logísticas e Industriais é "uma mais-valia para o porto, em termos de competitividade", além de "criar a oportunidade de haver mais navios e mais carga". Para a região, "vai aumentar a empregabilidade".
Às empresas ali sediadas dá a vantagem de terem "acesso às grandes vias, com a A25 para a ligação a Espanha, e ao terminal ferroviário dentro do porto". Já com algumas indústrias interessadas, Fátima Alves diz que fica "satisfeita se, em cinco anos, tiver 15% de ocupação". Devido às intervenções previstas, o orçamento de investimento estratégico da APA, para 2021, é de 35 milhões de euros.
SAIBA MAIS
Energias renováveis
Apesar de não ter preferência, a APA diz que "há a convicção de que, por já existir a A. Silva Matos, pode surgir um cluster das energias renováveis".
Plataforma intermodal
A APA vai rever o projeto da sua plataforma intermodal. As curvas da ferrovia terão que ser alteradas para circularem comboios de 750 metros.
Entrada da barra
O porto quer receber navios "maiores e mais fundos". Para isso, está a elaborar um estudo com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.