<p>"Foi um embate brutal. Terrível. Foi muito complicado retirar os corpos". O desabafo de um bombeiro de Valongo diz bem do estado em que ficou a carrinha que ontem, cerca das 7 horas, na A4, embateu na traseira de um camião, provocando cinco mortos e três feridos.</p>
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O acidente deu-se ao quilómetro 14, no sentido Amarante-Porto, correspondendo à larga subida (três faixas) com que se deparam os automobilistas após a passagem pelo nó de Valongo. Envolveu uma Peugeot Boxer, de caixa aberta e de cabina dupla, com capacidade para sete pessoas (mas levando oito) e um camião de 40 toneladas, carregado com granito, de uma empresa de Penafiel.
Na viatura seguiam oito operários da Tecnilouro (especializada em acabamentos de construção civil), de Lardosa, em Soalhães, concelho do Marco de Canaveses, que iam trabalhar para o Porto. Cerca das 6.45 horas, o condutor, Fernando Barros, terá sido surpreendido pela presença do camião na faixa da direita, que estaria parado com uma avaria. Fernando Barros ainda terá tentado desviar-se, mas o violento embate apanhou o lado direito da Peugeot, onde seguiam as vítimas mortais.
O choque deslocou o eixo traseiro do camião e desfez a carrinha, obrigando os bombeiros a um difícil trabalho de desencarceramento. "O alerta foi dado à 7 horas e quando chegámos um dos ocupantes tinha sido cuspido e estava na estrada e os restantes mantinham-se presos no interior da viatura", explicou Gilberto Gonçalves, adjunto do Comando dos Bombeiros Voluntários de Valongo.
Operação complicada
De acordo com este bombeiro, "ainda estava escuro o que, aliado ao estado de destruição do veículo, dificultou a tarefa. Cinco ocupantes estavam em paragem cárdio-respiratória e acabaram por morrer".
António Barros (irmão do condutor da Peugeot), de 39 anos, Leonel Sousa, de 29 anos, Carlos Alexandrino Freitas, de 32 anos, Marcos André, de 28 anos, e Abílio Rocha, de 33 anos, foram os que morreram. Residiam no Marco de Canaveses e deixam filhos menores. Os feridos são Fernando Barros, de 38 anos, António Monteiro, de 55 anos, e Paulo Pereira de 40 anos. O seu estado não inspirava cuidados.
Silva Lopes, tenente da GNR do Porto, afirmou que "não é possível avançar as causas do acidente", referindo que o Núcleo de Investigação de Acidentes tinha procedido à recolha de elementos que irão ser analisados.