Os telefonemas para a EDP sucedem-se, quase de hora a hora. Seis dias depois do temporal, no centro da cidade da Marinha Grande ainda há empresas impedidas de funcionar por falta de luz, e famílias inteiras a viverem à luz das velas.
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"A arca descongelou e tive de deitar a comida fora", assegura Joana, que desde sábado janta com a família às luz das velas. "Não percebo como não há luz neste prédio e no outro ao lado todos têm luz desde domingo", vai contando a sexagenária.
Em frente, na Rua Aníbal H. Abrantes, uma empresa de decoração de vidro tem sete funcionários parados à espera de eletricidade. "Temos um posto de transformação da EDP aqui ao lado, mas continuamos sem luz. Todos os dias telefono e dizem-me que o assunto está a ser resolvido, mas até agora nada", conta Miguel Palmela.
O gerente da empresa, que exporta 80% da sua produção, mostra-se preocupado com a resposta que tem de dar às encomendas. "Estamos num ciclo de feiras internacionais e tive de pedir à concorrência que me acabasse os moldes", conta.
O presidente da Câmara mostra-se "agastado" com as demoras da EDP e lembra que no seu concelho "estão as empresas que mais exportam do distrito", e que "estão prejudicadas com a falta de luz ou a sua baixa potência". Álvaro Pereira diz que o temporal de sábado destruiu milhares de árvores, e com elas "foram arrastadas as redes elétricas".