<p>Em 2009 os 176 trabalhadores da Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, viviam sem dinheiro e acordavam diariamente com medo do desemprego. Um ano depois e de sorrisos abertos agradecem ao ex-ministro da Economia a estabilidade conseguida.</p>
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Deixou o Governo há seis meses e continua a ser "agraciado" por empresários e trabalhadores do país. Manuel Pinho visitou ontem de manhã a cerâmica que "em dois meses e 10 dias" conseguiu salvar do encerramento a que estava sentenciada por muitos. Distribuiu beijos e abraços por alguns operários e mostrou-se orgulhoso com o trabalho que desenvolveu.
"Há um ano a situação era desesperante e encontrámos uma solução" recorda Manuel Pinho, revelando ter ficado "impressionando" com o grupo de trabalhadores que recebeu no seu gabinete, a 17 de Fevereiro do ano passado. "Estava ali a terceira geração de famílias que trabalham aqui. Não era só o posto de trabalho que estava em risco, mas também todo um património familiar, e isso impressionou-me muito" admitiu.
Reafirmando que apenas cumpriu a sua obrigação como governante, o ex-ministro da Economia frisou que no caso desta empresa "estava também em causa as peças de cerâmica do artista Bordalo Pinheiro que fazem parte da cultura" do país.
Afiançando estar "muito satisfeito" por se encontrar entre amigos, Manuel Pinho diz que ficou com uma "relação de amizade com muitas empresas, empresários e trabalhadores", relações essas que "nada têm a ver com a política". "São pessoas que conheci e ficámos com uma relação muito boa e ainda bem que ela continua", sustentou.
Empresa em restruturação
A cerâmica Bordalo Pinheiro foi adquirida pelo grupo Visabeira, num acordo selado a 31 de Março de 2009, com a presença do primeiro-ministro José Sócrates.
Carlos Elias, da comissão de trabalhadores, é hoje um "grande amigo" de Manuel Pinho. Não esquece o facto do ex-ministro ter recebido os trabalhadores no seu gabinete e de "não ter faltado à palavra". "Dois meses depois dessa reunião, o caso praticamente estava resolvido. E hoje continuamos a trabalhar aqui graças à intervenção de Manuel Pinho", garantiu o operário.
Segundo Carlos Elias e Vítor Ribeiro, representantes dos trabalhadores, a Bordalo Pinheiro "está em fase de restruturação", "tem vindo a ter algumas encomendas" e a administração "paga os salários antes do final do mês", para além de ter "mantido todos os postos de trabalho".
Álvaro Tavares, administrador da fábrica, frisa que o objectivo "é viabilizar e rentabilizar" a empresa e que "todas as promessas" feitas estão a ser "cumpridas", tanto com os trabalhadores, fornecedores e Estado. O responsável acredita que este ano a Bordalo Pinheiro "terá melhores resultados" que em 2009.