Fãs dos veículos regressaram em força. Empresa que opera no Porto e em Gaia conta mais de 530 mil quilómetros num ano. Veículos são utilizados, sobretudo, para passeios e lazer.
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As trotinetas continuam a ser sinónimo de diversão no Grande Porto e os fãs do veículo regressaram em força. Apesar de o número de viagens na região ter diminuído drasticamente com a pandemia, os números já voltaram aos registados antes da covid-19 e os veículos da empresa Bird já fizeram cerca de 530 mil quilómetros pelo Porto e Gaia em cerca de um ano. Entre turistas e utilizadores locais, são vários os casais e famílias que, para aproveitar o calor, apostam em passeios de trotineta junto ao rio. Até porque, garantem, para transporte diário e regular, alugar uma trotineta "não compensa".
"Fica mais barato chamar um Uber", admite o gaiense Xavier Batista, de 23 anos, a passear com a namorada, Érica Teixeira, de 20 anos, junto à Foz do Douro, no Porto. O passeio já quase faz parte da rotina do casal, confessa Érica, que ultimamente tem feito viagens de trotineta diariamente pela cidade.
"Está bom tempo e sabe bem ir de trotineta até aos sítios", admite a portuense, observando que, pelos preços praticados pelas empresas, o serviço foi criado "mesmo para os turistas".
"É caro. Estamos a andar há meia hora e já gastámos dez euros [cinco euros cada]", admite Érica, observando que para ir até Gaia - onde a empresa também opera -, aqueles veículos só circulam até ao El Corte Inglés. "A partir daí já não dá. A trotineta começa a apitar e diminui a velocidade até parar", explica, admitindo que a compra de uma trotineta elétrica própria seria mais vantajoso.
Abandono de veículos
1,15 euros por trotineta é o preço base para ativar e desbloquear um veículo da Bird: um euro para desbloquear a trotineta. A partir daí, a empresa cobra 15 cêntimos por minuto.
Também no Porto as viagens de trotineta têm reunido cada vez mais adeptos. No entanto, o cuidado com os veículos, bem como a preocupação com o respetivo estacionamento, não têm acompanhado essa procura. Na Baixa da cidade, são muitos os que se veem obrigados a fintar os veículos caídos no chão ou abandonados sem cautela, como acontece, por exemplo, na Rua das Flores.
Ainda assim, e de acordo com a Bird, está a ser testada no Porto uma nova tecnologia que limita o estacionamento dos veículos em espaço público, de forma a que os utilizadores só os possam deixar nas áreas designadas para o efeito. "Está a correr muito bem", informa fonte da empresa que, por esta altura no ano passado, já tinha registado 30 mil viagens de trotineta no Porto, um dos melhores registos a nível europeu, referiu na altura.
A FreeNow, que também opera no Porto, não respondeu às questões do JN.
Trotinetas sem bateria
Até há poucos dias, todas as trotinetas que Rita Almeida, de 22 anos, e o namorado, Pedro Castro, de 23, encontravam "estavam sempre sem bateria".
"Achei a aplicação um bocadinho confusa. Não percebemos muito bem como funciona a contagem do tempo nem quanto dinheiro nos retiram, mas estamos a experimentar para descobrir", conta Rita Almeida, referindo que há quem utilize o veículo como transporte em deslocações pequenas, "como para ir ao ginásio".
Desinfeção
De acordo com a Bird, "todos os veículos são desinfetados sempre que são recolhidos". Além de gel desinfetante nos guiadores das trotinetas, a empresa afirma etiquetar "cada scooter desinfetada com um adesivo de segurança" para identificação.
Circulação
As regras estabelecidas pela Câmara do Porto proíbem a circulação dos veículos em arruamentos pedonais, praças, jardins e passeios, mas não são cumpridas.