Lojas de roupa, artesanato e restauração abrem no final próximo mês.
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Em estado de coma há anos, as galerias Lumière, entre as ruas de José Falcão e das Oliveiras (Porto) vão ter uma segunda oportunidade para respirar. Lojas para jovens, actividades, animação. A "ressurreição" está marcada para o final de Novembro.
O projecto é de José Albuquerque, empresário de 43 anos, com vários estabelecimentos no Porto e na Baixa, incluindo o já famoso café Galerias de Paris, na rua com o mesmo nome. De um dia para o outro, arrendou os 13 espaços vazios das galerias Lumière.
Ali vão nascer lojas de roupa que não existem na cidade, como a Storytailors, moda jovem alternativa, artesanato, um cabeleireiro, uma loja de tatuagens e quatro espaços de restauração diferenciados.
"Um dos restaurantes é especializado em vinhos e champanhes, outro em crepes e gelados italianos, outro serve chás e cafés e o outro cocktails e caipirinhas", explicou, ao JN, José Albuquerque. Os espaços já estão em obras, mas a estrutura do edifício, de dois pisos, não sofrerá alterações.
Para atrair gente está prevista animação permanente no interior do centro comercial, com concertos, sessões de poesia e leitura e espectáculos de dança. As lojas vão abrir de segunda a sábado das 10 horas às 2 horas. Os lojistas que já estão instalados no centro (livrarias, antiquários, uma loja de postais e um ateliê de pintura) deverão manter-se.
Entre algumas das novidades, destaque para uma banca de livros emprestados que ficará no segundo piso do centro comercial. "São livros meus, que ficarão expostos e à disposição. As pessoas levam um e trazem outro, sem pagar nada", adianta o empresário, que compara o futuro Lumière ao conceito do Centro Comercial Bombarda "com um horário mais alargado".
"Queremos criar um bom ambiente, transformar o Lumière num ponto de encontro para quem acaba de trabalhar", revela José Albuquerque, decidido a continuar a investir na "movida" da Baixa do Porto.
Além do restaurante e bar Galerias de Paris, é o dono do Museu da Avó, na Travessa de Cedofeita, do restaurante e bar Alfaiate na Rua de José Falcão, da loja Pimenta Rosa, na Rua Miguel Bombarda, e de um espaço-montra no Centro Comercial Bombarda, onde estilistas são convidados a expor de cada vez que há inaugurações das galerias.
Fora do eixo da Baixa, José Albuquerque é proprietário do restaurante Museu dos Presuntos, na Foz - o seu primeiro projecto - e do restaurante Casa d' Oro, na marginal ribeirinha, sob a ponte da Arrábida. O Lumière é o próximo passo, mas não ficará por aqui. Já adquiriu um prédio na Rua Galerias de Paris para lá instalar um hotel.
Para o Centro Lumière, ideias não faltam. Nem interessados. "Já tenho gente a mais a querer participar, mas tenho de escolher bem e perceber quem quer trabalhar a sério", resume José Albuquerque.