O centro comercial Brasília no Porto, o mais antigo de Portugal, vai sofrer obras de remodelação e convidou os lojistas das Galerias Lumière, com encerramento previsto para 2020, a conhecer o projeto onde poderão encontrar um novo espaço.
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A administração do Brasília pretende apostar num novo conceito de lojas de especialidade, desde vinhos a chocolates, bem como pretende ter mais lojas "dedicadas à restauração", indicou à Lusa Frederico Pacheco, da equipa de marketing do centro comercial inaugurado em 1976.
"A nossa ideia é captar street food (comida de rua) e zero waste' (desperdício zero)", com produtos biológicos, vegetarianos", explicou, acrescentando que está a decorrer um concurso de ideias para remodelação dos espaços comuns.
O concurso "A Tua ideia Faz Parte" resulta de uma parceria com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e a Escola Superior de Artes e Design (ESAD) de Matosinhos
Segundo Frederico Pacheco, "o objetivo é que as obras estejam concluídas em 2021".
Sobre as Galerias Lumière, que deverão encerrar no próximo ano, tendo já dado entrada na câmara um Pedido de Informação Prévia (PIP) sobre um novo projeto para o local, o responsável adiantou a disponibilidade do Brasília em acolher os lojistas.
"A premissa neste momento é que [os lojistas] tenham uma segunda loja no Brasília. Essa foi a nossa premissa. Convidamos todos os lojistas [das Galerias Lumière] a ter uma segunda loja, porque nós identificamo-nos com os negócios que existem atualmente nas Galerias Lumière" e, dessa forma, "acabam por ter ali um seguro se eventualmente as Galerias fecharem", explicou.
Em declarações à Lusa, alguns dos lojistas das Galerias Lumière relataram ter recebido um convite feito pelo Brasília onde eram desafiados para um "cocktail", a acontecer no dia 24 de outubro, mas escusaram-se a revelar qualquer decisão sobre a abertura de uma segunda loja no Brasília, enquanto estiverem a decorrer as negociações com grupo IBS, a sociedade anónima dona das Galerias.
A Lusa tentou ouvir Eduardo Sardo, CEO do grupo IBS, sociedade anónima e dona das Galerias Lumière, mas tal não foi possível até ao momento.
Francisco Reis, responsável pela Livraria Poetria, assegurou à agência Lusa que o contrato vigente lhe permite ficar nas Galerias "até 2021". O lojista disse, todavia, que reuniu esta semana com Eduardo Sardo, CEO do grupo IBS, e que lhe foram feitas "duas propostas". Uma é manter-se na loja sem pagar renda até final do contrato", outra é receber uma carta de "não renovação do contrato".
Diogo Dalloz, dono da loja Jewellery Experience, também confirmou o convite do Brasília, mas diz que não quer sequer ouvir falar de uma segunda loja num centro comercial, porque tem tido uma má experiência nas Lumière, onde lhe disseram que "90% da Galeria ia estar com as lojas fechadas em breve".
"Deixaram o convite na porta, mas depois da minha experiência horrível em galerias não quero repetir. Está fora de questão ir para o Brasília", disse, considerando, que é "importante revitalizar" o mais antigo centro comercial do Porto e de Portugal, mas que já decidiu vai abrir nova loja de rua, perto das Galerias.
Também a lojista da Cassio contou ter já aberto uma nova loja de rua nas imediações.