O maior de Portugal e o segundo mais alto da Europa recebe visitas gratuitas até domingo para comemorar o aniversário. Quem subiu aos 66 metros assegura que vale a pena
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Rodrigo Pereira, de oito anos, diz que do cimo do Farol da Barra de Aveiro, olhando para baixo, “as pessoas na praia parecem formigas”. Mas para quem anda no mar à noite, mesmo que esteja muito longe, o farol é a sua grande orientação, com uma luz que é visível até uma distância de 50 quilómetros. É assim há 130 anos. Este domingo, o mais alto farol de Portugal, o segundo maior da Europa e o 26º do mundo, com 62 metros, situado na praia da Barra, em Ílhavo, comemora o aniversário.
Os festejos já começaram no início da semana, com visitas gratuitas a serem proporcionadas, todas as tardes, até depois de amanhã, domingo, entre as 14 e as 17 horas, a todos os que se quiserem aventurar – e “tenham pernas” para isso – a subir os 300 degraus, que nos levam 66 metros acima da linha do mar.
São 272 degraus em betão, mais 18, íngremes, em metal, para chegar ao cimo do farol. O elevador só é utilizado com pouca carga, pois acusa o peso da idade. E, lá em cima, os grupos de 10 pessoas são recebidos por um dos faroleiros. “Sim, ainda há faroleiros em Portugal a ocupar os faróis, como sempre fizeram. Só à noite é que há menos recursos humanos do que dantes”, garante Filipe Figueiredo, faroleiro e guia da visita.
Ao longo de quase 15 minutos, no interior da cúpula da estrutura, é explicado aos visitantes, minuciosamente, o funcionamento do farol. É ali, rodeando a lâmpada que guia as gentes do mar, que o grupo ouve Filipe Figueiredo contar qual a função do farol, como é que o aparelho ótico funciona e quais as suas especificadas. “Achei a explicação muito interessante. Aprendi coisas que não sabia, até porque pensava que era tudo muito mais automatizado”, constata Tiago Ferreira, um dos visitantes.
Tiago soube das visitas ao farol através da internet e, por isso, rumou de Viseu – de onde é natural – à praia da Barra, para o conhecer por dentro. Como ele, na tarde em que o JN acompanhou a visita, cerca de 50 pessoas também aceitaram o convite que foi feito pela Câmara de Ílhavo e pela Autoridade Marítima.
“Quisemos proporcionar ao nosso filho uma experiência que tanto eu como o pai tivemos, na idade dele”, conta outra das visitantes, Luana Alves, da Gafanha da Nazaré, mas a residir em Albergaria. E, ao que parece, Rodrigo Pereira gostou da aventura. “Foi fixe. Mas eu pensava que a luz era maior”, atesta a criança.
Para visitar o farol, é preciso dar o nome à chegada, a partir das 14 horas. E aguardar que haja vaga. Há visitas às 14, 14.45, 15.30, 16.15 e 17 horas. Sempre com um máximo de 10 pessoas por grupo.
Quatro relâmpagos são impressão digital
Cada farol, segundo o faroleiro, “tem a sua própria característica luminosa, como se fosse uma impressão digital”. No caso do da Barra, quem está no mar vê “quatro relâmpagos – uma espécie de flash – a cada 13 segundos”.
Paraquedista fechou varanda
Devido a um incidente que aconteceu no ano passado, quando um visitante, inesperadamente e sem autorização, saltou de paraquedas do cimo do farol, durante uma visita, não é possível aos visitantes, atualmente, aceder à varanda do mesmo. Quem sobe ao topo pode ver a vista apenas a partir da cúpula envidraçada.