O homem de 57 anos que morreu carbonizado, na quarta-feira à noite, no bairro das Enguardas, em Braga, tinha uma ação de despejo, por não cumprir os pagamentos das rendas há vários meses. O problema de acumulação de lixo, também, estava sinalizado.
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"Tinha uma ação de despejo, porque não pagava renda, acumulava lixo e tinha problemas graves de toxicodependência. Mas não a pudemos executar, por causa da pandemia", contou Vítor Esperança, administrador da empresa municipal BragaHabit, que gere a habitação social do concelho.
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O responsável adiantou que a situação em que vivia Domingos Elias estava sinalizada por diferentes entidades, como a Saúde e Segurança Social, mas "ninguém encontrou solução para o caso". "Acompanhámos o senhor de perto, sensibilizámo-lo, mas, às vezes, até nos impedia de entrar em casa para não mostrar o lixo", descreve Vítor Esperança, lamentando a tragédia.
Na quarta-feira, os vizinhos apontavam a origem do incêndio para as velas que a vítima costumava usar para iluminar a casa, uma vez que não tinha luz elétrica.
Domingos Elias morreu carbonizado, quando entrou no apartamento em chamas. Um vizinho tentou demovê-lo, sem sucesso.
O apartamento tinha sido renovado recentemente, na sequência das obras de requalificação que o Município de Braga está a promover nos bairros sociais. Se o seguro não assumir o caso como um acidente, será o erário público a suportar a recuperação da casa.