<p>O adeus final à Jotex aconteceu esta terça-feira. Os credores da empresa têxtil de Espinho aprovaram, por unanimidade, o encerramento definitivo, bem como a liquidação e partilha de todo o património. Os trabalhadores têm prioridade. </p>
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As cerca de 60 pessoas que perderam o emprego deverão ser as primeiras a receber. Mais de metade dos trabalhadores compareceu, ontem, à assembleia de credores que teve lugar no Tribunal do Comércio de Gaia. E, em poucos minutos, a esperança de que a empresa têxtil com quase 50 anos de existência ainda pudesse ter viabilidade financeira foi deitada por terra. Por sugestão do gestor judicial, nomeado pelo tribunal, Elmano Vaz, foi proposto o encerramento definitivo da empresa, bem como a liquidação e a partilha de todos os bens, incluindo a prestigiada marca Jotex.
Confundidos com a rapidez do procedimento, os trabalhadores mostraram-se desiludidos com a conclusão de todo o processo, até porque alguns ainda alimentavam a esperança na manutenção dos postos de trabalho.
"Para dizer a verdade, quase que nem deu para perceber o que se estava a passar. Foi um tal vê se te avias", criticou uma trabalhadora, Ana Queirós. "Vínhamos com esperança de sermos esclarecidos e fomos despachados num instante", acrescentou, por sua vez, Ana Maria Pereira. De qualquer forma, a notícia de que os funcionários estarão, em princípio, em posição privilegiada no que toca a receber as receitas da liquidação dos bens foi acolhida com satisfação.
"No fundo, sabíamos que a viabilidade da empresa não passava de uma ilusão. Daí que não fomos apanhados de surpresa. O que não sabíamos é que, entre todos os credores, seremos nós os primeiros a receber. No meio de tudo, não é tão mau", explicou outra trabalhadora, Arminda Neves.
Antes disso, há que dar conta de todos os bens da empresa que possam ter ficado esquecidos. Arminda Pinto, representante dos trabalhadores na comissão de credores ontem criada para acompanhar o processo, já avisou que vai estar bastante atenta.