Lipor dá "primeiro grande passo" para despoluir rio Tinto

"Hoje estabelecemos um programa que permitirá, nos próximos três anos, fazer um trabalho de identificação e eliminação de fontes de poluição" do rio Tinto, "um dos afluentes do rio Douro com 12 quilómetros de extensão", disse à Lusa Fernando Leite, administrador delegado da Lipor.

O protocolo visa ainda a "monitorização da qualidade da água" do rio Tinto para posteriormente "determinar que tipo de obras é necessário desenvolver", explicou.

"Ao fim do primeiro ano já devemos ter um plano de ações" a serem desenvolvidas para, no final de três anos, "eliminar as principais fontes de poluição do rio", e depois proceder-se a um "trabalho de regeneração" daquele curso de água, frisou o responsável.

À medida que o trabalho for sendo desenvolvido, poderão ser feitas candidaturas a fundos comunitários para obras necessárias, mas Fernando Leite defende que "há muito trabalho simples que deve ser feito sem esperar" por verbas da Europa.

Numa primeira fase, a Lipor irá fazer um investimento de cinco mil euros, valor que o administrador considera "relativamente reduzido para um trabalho de futuro".

"É o primeiro grande passo [para a despoluição do rio Tinto] porque pela primeira vez juntaram-se todas as partes interessadas", realçou Fernando Leite.

O administrador delegado recordou que o rio já foi objeto de várias tentativas de despoluição e que a própria Lipor apresentou, em 2000, um estudo que permitia às câmaras a candidatura a fundos comunitários.

"Mas isso não foi possível, não teve consequências", lamentou o administrador.

O protocolo envolve as câmaras de Valongo, Maia, Gondomar e Porto, as empresas Águas de Gondomar e Águas do Porto, a Agência Portuguesa do Ambiente e ainda a Universidade Fernando Pessoa que ficará encarregue de promover uma "campanha de deteção de fontes de poluição" e de "monitorização da qualidade da água em todo o leito do rio".