Os trabalhos de remoção das cerca de quatro mil toneladas de lixo do Complexo do Cachão devem começar durante a próxima semana e concluídos até ao final do ano.
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É pelo menos essa a expectativa de Fernando Barros, presidente de administração da AIN - Agro-Industrial do Nordeste - empresa intermunicipal que gere o antigo complexo, depois de ultrapassadas as questões jurídicas que impediram a assinatura do contrato da empreitada, há cerca de um mês atrás,
"Agora sim, estão reunidas todas as condições para que os trabalhos possam começar", afirma Fernando Barros, revelando que, na próxima segunda-feira, será assinado o contrato de adjudicação da prestação de serviço com a empresa Ferrovial, vencedora do concurso internacional, que representa um investimento de 266 mil euros, financiado pelo Fundo Ambiental.
No passado dia 7 de setembro, o concurso foi alvo de uma ação de impugnação, interposta, em tribunal, por parte de uma das empresas concorrentes, que teve efeito suspensivo automático, e tudo indicava que a resolução do problema jurídico fosse demasiado morosa.
No entanto, a AIN, cujo capital social pertence aos municípios de Mirandela e Vila Flor, deu entrada no tribunal com um pedido de levantamento do efeito suspensivo da providência cautelar e, esta semana, o TAF de Mirandela deu provimento a esse pedido da AIN, alegando que o efeito suspensivo da ação "seria um grave prejuízo para o interesse público", revela o administrador da AIN e autarca de Vila Flor, acreditando que os trabalhos possam começar ainda na próxima semana.
"Temos muita urgência em fazer isto porque o Fundo Ambiental é anual e temos de realizar o trabalho até ao final do ano para além de que podem vir as chuvas e dificultar os trabalhos", adianta Fernando Barros.
A polémica com os resíduos no complexo do Cachão arrasta-se há cinco anos, desde o primeiro incêndio, em setembro de 2013, num dos armazéns onde a empresa Mirapapel depositou plástico prensado e outro material. Já em fevereiro de 2016, num outro pavilhão usado pela mesma empresa deflagrou um novo fogo.
Segundo os bombeiros voluntários de Mirandela, desde o primeiro incêndio, em setembro de 2013, até 2017, houve a necessidade de fazer deslocar equipas, em 60 ocasiões, para prevenir a possibilidade de reacendimentos.
A empresa, dona dos resíduos, alegou não ter capacidade financeira para proceder à limpeza e teve de ser a AIN a assumir esse trabalho que estava dependente de financiamento.