O presidente da Câmara Municipal do Funchal reconhece que a Madeira nunca terá bombeiros em número suficiente para acudir a uma catástrofe como a que assola a ilha há dois dias e diz que os meios enviados pelo Continente estão a ser "muito úteis" no combate aos fogos.
Corpo do artigo
Questionado pelo JN sobre se houve atraso por parte do presidente do Governo Regional a pedir auxílio ao Continente, uma vez que Miguel Albuquerque começou por recusar esse apoio, garantindo que a região tinha "os meios necessários" para a situação, Paulo Cafôfo preferiu lembrar que a solicitação de meios é uma competência do Governo Regional, escudando-se a comentar o atraso.
"O que posso dizer é que neste momento esses meios estão a ser muito úteis", disse o autarca do Funchal, reconhecendo que os 122 elementos que chegaram esta quarta-feira, entre GNR, INEM e bombeiros, estão a ajudar a controlar a situação e a contribuir para que haja uma maior "rotatividade dos meios", já bastante exaustos.
Em relação à questão da utilização de meios aéreos, que não são usados na região para combate aos fogos, Paulo Cafôfo reconhece que há "divergências" em relação a essa matéria. Mas tem uma certeza: "se tecnicamente for possível, os meios aéreos aqui na Madeira seriam úteis", disse.
Em matéria de danos, a contabilidade ainda está a ser feita mas o autarca admite que as casas destruídas pelo fogo no Funchal ascendam a uma centena, com várias centenas de desalojados. Há ainda prédios cujas fachadas estão em risco de ruir no centro da cidade, designadamente na zona de São Pedro.
Na noite passada, houve cerca de mil pessoas, entre residentes e turistas, que tiveram de pernoitar em sítios improvisados, como o Estádio dos Barreiros e o quartel do RG3, pelo facto de as suas casas e hotéis onde estavam terem sido evacuados. E muitas centenas deverão continuar a dormir neste locais nos próximos dias, uma vez que, reconhece o autarca, não será fácil arranjar alojamento provisório para todos os desalojados no imediato.