Durante a noite, o combate ao incêndio que lavra no concelho de Alijó há mais de 24 horas, vai ser reforçado com 150 bombeiros da zona sul do país, nomeadamente de Lisboa, Santarém e Setúbal, e ainda de Viana do Castelo.
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A informação foi avançada ao princípio da madrugada por Álvaro Ribeiro, comandante da Proteção Civil do distrito de Vila Real.
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Os grupos de reforço vão juntar-se aos 330 operacionais que permanecem no terreno e que contam com o apoio de 92 veículos. Estão a ser distribuídos pelas frentes de fogo que ainda estão ativas. Quatro máquinas de rasto foram também colocadas no terreno e durante a manhã desta segunda-feira chegarão mais quatro máquinas cedidas pelo Exército.
"Estamos em crer que, dadas as condições favoráveis, teremos condições durante a noite para dar o incêndio como dominado", previu o comandante.
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Quanto às falhas da rede de comunicações de emergência SIRESP ocorridas durante a tarde de domingo, Álvaro Ribeiro admitiu que toda a sobrecarga de chamadas na rede "provocou falhas de comunicações em alguns pontos, mas nunca as inviabilizaram entre os meios, o posto de comando e os setores".
Quando confrontados com o "grande tráfego de comunicações", prosseguiu Álvaro Ribeiro, "foi pedido um reforço, cujo objetivo é fazer com que a rede possa responder a este grande fluxo provocado pelo grande número de operacionais".
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O balanço final ainda não está feito, sobretudo na aldeia da Chã, a mais afetada pelas chamas durante a tarde de domingo, mas confirmou-se que arderam alguns armazéns e barracas de arrumos, bem como duas viaturas que estavam estacionados em zona com floresta. "Temos indicações que uma casa de habitação também foi afetada", esclareceu o comandante.
Ao início desta madrugada "não havia casas em risco", embora continuem duas frentes ativas, próximas do IC5, que se encaminham para as povoações de Santa Eugénia, Pegarinhos e Carlão. "Temos meios a trabalhar nesses locais, que serão reforçados com os grupos que estão a chegar provenientes de outras regiões", acrescentou.
Durante a tarde de domingo, cerca de 30 pessoas das aldeias de Chã, Vila Chã e Casas da Serra foram retiradas de casa por precaução e foram transferidas para o pavilhão gimnodesportivo de Alijó. Ao fim da noite e passado o perigo, retornaram às suas casas "porque já existem condições de segurança para permanecerem nas suas habitações", salientou Álvaro Ribeiro. Tratavam-se, essencialmente, de crianças, idosos e acamados.
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Sobre a razão porque um fogo que foi considerado dominado cerca das 13 horas de domingo e pouco depois se reacendeu com extrema violência, Álvaro Ribeiro respondeu que, dado que a ocupação do solo era contínua, com muitas resinosas e com muita manta morta antiga, "houve a perceção que se iriam ter reativações durante a tarde, em face das condições meteorológicas e da própria ocupação do solo".
"Houve algumas reativações que conseguiram ser apagadas, mas três delas foram muito fortes e, apesar do grande esforço do pessoal no terreno e dos meios aéreos empenhados, não foi possível contê-las em zonas mito inclinadas e o incêndio fugiu ao nosso controlo", concluiu.