A mulher e a filha do proprietário da fábrica de pirotecnia destruída na sequência de várias explosões, "salvaram-se por sorte". Tinham saído para ir buscar as crianças à escola.
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O local do acidente, onde prosseguem as buscas pelos desaparecidos esta quarta-feira de manhã, tem sido local de passagem para muitos habitantes das aldeias vizinhas, onde a família vitimada pelas explosões é muito conhecida.
Carlos Pereira mora na aldeia de Ferreiros de Avões, onde a família de Egas Sequeira reside, e esteve esta manhã ao local do acidente. "Esta família ficou completamente destroçada. A mulher do dono e uma das filhas só se salvaram por sorte. Tinham saído para ir buscar os miúdos à escola", contou.
O homem estava a cerca de um quilómetro do local quando a tragédia aconteceu. "Senti o rebentamento e um abanão de tal maneira grande que até a mesa se mexeu. Vi uma nuvem de fumo no ar e percebi logo que tinha sido alguma tragédia com os fogueteiros", disse Carlos Pereira. "O estrondo foi de tal maneira violento que pensei logo que não se tinha safado ninguém", acrescentou.
A família de Egas Sequeira trabalhava praticamente toda na fábrica. "Só o filho do proprietário é que saiu há pouco tempo porque se casou e a mulher não queria que ele fizesse disto vida", contou uma fonte próxima da família.
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Fábio Azevedo, que mora na zona, também sentiu a explosão e deslocou-se ao local. "Deparei-me com um cenário de horror. Ouvi quatro explosões seguidas e depois três de menor impacto", relatou.
Macário Rebelo, presidente da Junta de Freguesia de Avões, localidade mais próxima da pirotecnia, garante que a fábrica nunca preocupou os habitantes das aldeias próximas. "Nunca nos sentimos inseguros por ter uma fábrica destas aqui perto. O dono fez muitas obras quando veio para aqui, mais ou em menos em 2005. Estava tudo dentro da lei", sublinhou.
A origem das explosões ainda não é conhecida, mas suspeita-se que terão acontecido quando estava a ser carregado fogo para ser transportado. Na altura do acidente, estavam na fábrica o proprietário, uma filha, três genros, uma sobrinha e dois funcionários.
Seis vítimas mortais, ainda por identificar, foram localizadas. Há ainda duas pessoas desaparecidas.