<p>Portugal foi atingido, na noite de quarta para quinta feira, por fenómenos dispersos de intempérie violenta. Chuva e granizo formaram enxurradas que deixaram um rasto de destruição. Mesão Frio, Régua, Santa Comba Dão e Beja foram as zonas mais afectadas.</p>
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Vento forte, chuva intensa, trovoada e queda de granizo marcaram a noite de anteontem em alguns concelhos localizados a norte, centro e sul do país. Meia hora de borrasca, como não há memória em algumas das localidades atingidas, foram suficientes para alagar casas, destruir haveres, derrubar muros e deixar muitas localidades às escuras.
Mesão Frio viu os ribeiros engrossar e galgar as margens arrasando culturas. Muros caídos condicionaram estradas como aconteceu na EM602.
Em Vila Real, os bombeiros receberam mais de duas dezenas de pedidos de ajuda. Inundações e derrocadas eram os principais problemas. Um autocarro e vários automóveis foram arrastados. Algumas estradas ficaram cortadas.
Um metro de altura de granizo
No centro do país, Santa Comba Dão foi o concelho mais afectado. Chuva e granizo, que em alguns casos atingiu o metro de altura, lançaram o caos no centro da cidade.
Uma tromba-d'água, em Beja, inundou caves e edifícios mais baixos. Dois ocupantes de um carro, pai e filha, tiveram de ser resgatados. A colisão entre dois veículos fez cinco feridos. Bombeiros e autarquias não tiveram mãos a medir. Os prejuízos ainda não estão contabilizados.
José Duarte, técnico do Instituto Nacional de Meteorologia, explica que este tipo de fenómenos, caracterizados pela sua dispersão geográfica mas com elevada concentração numa área mais ou menos definida, "são raros por natureza e extremos". Razão pela qual as populações "não têm deles memória". Até porque, acrescenta, "dificilmente voltarão a ocorrer no mesmo sítio".