O primeiro-ministro, José Sócrates, diz que a obra de reconstrução da Madeira é um símbolo daquilo que une o país. "Há momentos em que perante a tragédia o dever da controvérsia política é calar-se".
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"Há momentos em que perante a tragédia o dever da controvérsia política é calar-se para que falem os sentimentos nobres de humanidade, de solidariedade e do dever que temos para com os nossos compatriotas", afirmou José Sócrates, hoje, segunda-feira.
Para o chefe do Governo "são esses laços de amor ao país, esse patriotismo que a todos nos une e a todos nos aproxima".
"Perante o trabalho, esforço e a dedicação que todos os portugueses puderam ver aqui na Região Autónoma da Madeira ao longo destas duas últimas semanas, o dever da política é falar com respeito e com consideração desse trabalho", acrescentou.
"Estes são os motivos que me levaram a aqui vir, para assinalar a vontade de todos os portugueses para cooperar convosco para que esta obra de reconstrução da Madeira fique como símbolo daquilo que nos une, que é o sentimento de amor à Pátria", concluiu o primeiro-ministro.
Lealdade, amizade e convergência
Por seu turno, o presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse que a postura adoptada por José Sócrates na sequência da tragédia que assolou a Madeira constituiu "uma lição do que é definir o interesse nacional e de ética politica".
"Ao terminar oficialmente esta sua visita, quero dizer muito obrigado, dizer que o povo da Madeira sabe ser reconhecido perante as pessoas que nos ajudam e pode contar também com a lealdade e a amizade, sem prejuízo dos valores que cada um teimosamente continuará a seguir ao longo da vida".
Sobre os valores dos prejuízos do temporal apurados pela comissão paritária, na ordem dos 1080 milhões de euros, João Jardim frisou "estar absolutamente convergente nas decisões do primeiro-ministro".
Depois de um almoço privado numa unidade hoteleira numa das zonas afetadas pelo temporal de 20 de Fevereiro, José Sócrates terminou a sua quarta visita à região, a segunda desde a catástrofe que marcou um novo ciclo no relacionamento institucional entre os Governos da Madeira e da República.
A Festa da Flor, evento escolhido para assinalar oficialmente a reposição da normalidade do destino turístico Madeira foi o motivo para esta deslocação de dois dias de José Sócrates à Madeira, onde assistiu ontem, domingo, ao cortejo alegórico.