Nenhum avião vai descolar ou aterrar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, no próximo dia 10 de setembro. As obras de reforço da pista arrancam a 31 de julho e vão realizar-se principalmente durante a noite, não evitando o encerramento da infraestrutura durante um dia completo para avançar com outros trabalhos.
Corpo do artigo
As obras de reforço da pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, arrancam a 31 de julho e vão prolongar-se por 19 meses. Ou seja, deverão estar concluídas nos primeiros meses de 2026. Os trabalhos, anunciados esta segunda-feira pelo diretor-executivo da ANA - Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, vão realizar-se entre a meia-noite e as seis da manhã, de segunda a sábado, "para minimizar o impacto nas operações aeroportuárias". Contudo, outros trabalhos obrigam a encerrar o "Sá Carneiro" por um dia completo.
"As únicas obras visíveis, porém, para os passageiros terão lugar no dia 10 de setembro. Alguns dos trabalhos a efetuar demorarão um período mais longo do que as seis horas de que dispomos todas as noites. E esta situação leva-nos a propor um encerramento do aeroporto durante um dia completo. Será o único dia do ano em que não haverá aviões na pista do Porto", esclareceu o diretor-executivo da ANA.
A escolha da data está relacionada com "base em probabilidades de condições meteorológicas favoráveis". "Cruzemos todos os dedos para que as condições sejam efetivamente favoráveis e não haja chuva para que estas obras possam ser feitas", espera Thierry.
Contudo, em sites de algumas companhias aéreas, ainda é possível reservar um voo de regresso ou partida do Porto para essa data. É o caso, por exemplo, da Ryanair. Na EasyJet, por outro lado, essa data já não está disponível.
Reforço da pista custa 50 milhões de euros
O investimento, anunciado esta segunda-feira, é de 50 milhões de euros. A cerimónia de assinatura do contrato para a empreitada com a Acciona contou com a presença do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz. O governante descreve o gesto simbólico como "o início de uma caminhada longa". "É o início formal de uma transformação de todo o tecido aeroportuário nacional", sublinha, referindo-se ao novo aeroporto de Lisboa. As negociações com a Vinci para a construção da infraestrutura devem começar "nos próximos dias".
Na sala estiveram também os autarcas da Maia, António Silva Tiago, e de Matosinhos, Luísa Salgueiro. A presidente da Câmara socialista destaca a "importância" do investimento para a região. "O turismo tem sido um setor fundamental para o crescimento e desenvolvimento da região e, naturalmente, de Matosinhos. É evidente que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro precisava. Fico satisfeita em ver a consignação desta empreitada, que o Governo anterior tinha decidido", considera, esperando também a ampliação do edifício de passageiros.
Da lista de trabalhos a realizar está a repavimentação completa da pista, com intervenções de reforço estrutural, bem como ajustamento da geometria da faixa da pista e na linha de aproximação (com substituição do sistema de luzes por 1300 LED). Também o sistema de drenagem da pista será renovado e prevê-se ainda a instalação de uma infraestrutura que permite auxiliar aterragens das aeronaves em condições de baixa visibilidade.
A obra implicará a utilização de 90 mil toneladas de materiais de pavimentação.