Uma vaga de assaltos a lojas está a gerar a revolta dos comerciantes de Caldas da Rainha que, anteontem, quarta-feira, à noite, reuniram com a PSP para exigir mais segurança na cidade. Há já quem admita defender-se por meios próprios.
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"Se for preciso formar milícias para guardar a cidade, vamos fazê-lo. Se as autoridades que têm obrigação de proteger os cidadãos e os seus bens não têm condições de o fazer, têm de nos dizer, e, a partir daí, vamos tomar posição", disse à agência Lusa José Moniz, proprietário de uma perfumaria assaltada cinco vezes este ano.
"Tem havido roubos sucessivos e nós sentimos que, apesar de toda a boa vontade que existe da parte do comandante da esquadra (da PSP), não há meios suficientes para dar cobertura à cidade que cresceu bastante", acrescenta o lojista que, desde o último assalto (há dez dias), dorme dentro do estabelecimento para ninguém lá entrar".
O clima de insegurança levou a Associação Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos (ACCCRO) a solicitar à PSP das Caldas da Rainha um encontro, que reuniu cerca de meia centena de comerciantes.
"Estamos a assistir a uma grande onda de criminalidade, sobretudo desde 2008, e, ainda hoje, mais uma ourivesaria foi assaltada mesmo no centro da cidade", reforça João Frade, presidente da Associação.
A PSP das Caldas da Rainha explicou algumas medidas de segurança passiva que devem utilizar nos estabelecimentos (como a colocação de grades nas portas e montras ou sensores de quebra de vidros), mas os conselhos não satisfizeram os lojistas que, mais do que conselhos, querem "saber" com o que podem contar.
"A PSP tem meios ou não tem?" questionam, adiantando que "se não tiverem vamos solicitá-los ao Governo Civil e ao Governo".
Cardoso Silva, comandante da Divisão das Caldas da Rainha admitiu aos comerciantes "alguma escassez de meios, que não é um problema só das Caldas", mas garantiu o empenhamento da PSP na manutenção da segurança do concelho. A ACCCRO e a Autarquia pretendem "alertar o Governo para a necessidade de vermos aprovado o contrato local de segurança e instalar câmaras de videovigilância no centro da cidade que são dissuasoras deste tipo de criminalidade", conclui.