A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pediu, esta segunda-feira, ao Ministério Público "o início do processo do Estatuto de Maior Acompanhado" para o casal de idosos que está a morar na rua, depois de ter sido despejado e após ter recusado várias soluções de emergência habitacional.
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Através deste procedimento com caráter "urgente", o tribunal nomeia um representante legal, que pode ser uma instituição, assistente social ou outro, para garantir "o bem-estar e reabilitação do acompanhando, mantendo de forma permanente o contacto com ele", segundo a página do Ministério Público (MP).
Maria José e Alberto dormem na Gare do Oriente há cerca de dois meses, depois de terem sido despejados do prédio onde viviam, em Arroios. A Santa Casa e a Junta de Arroios garantem que apresentaram várias alternativas, mas que estes recusaram todas.
Vulnerabilidade preocupante
Preocupada com o estado de vulnerabilidade dos septuagenários, uma doente cardíaca e outro diabético, a Santa Casa decidiu avançar com o pedido de acompanhamento ao MP .
O gabinete de comunicação do presidente da República (há uma semana, Marcelo foi ao encontro do casal na rua) - diz também ao JN que "a situação tem sido acompanhada pela Santa Casa diariamente, estando a Presidência informada das tentativas de acolhimento efetuadas".
Também a Junta de Freguesia de Arroios informa que o casal "está referenciado desde 2016, das mesmas ações e da recusa em aceitá-las", mantendo a preocupação no acompanhamento.