A recuperação do viaduto da Rua da Igreja, em Ermesinde, sofreu um atraso de dois meses. Em vez de Junho, os trabalhos só começarão em meados de Agosto. A Refer mudou de ideias e o concurso público, entretanto lançado, teve de ser anulado.
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Mas, apesar do adiamento das obras, a alteração de posição da empresa pública foi uma boa notícia para a Câmara de Valongo, depois de insistentes apelos à Refer para que esta contribua e torne a reabilitação da travessia menos onerosa para a Autarquia. Durante muito tempo, a empresa manteve-se irredutível na exigência de ser indemnizada pelos condicionamentos que a intervenção terá na circulação ferroviária.
"A Refer imputava esses custos de interferência à obra. Teria de ser o Município a pagá-los e foram colocados no caderno de encargos do concurso [lançado no início de Abril para seleccionar a empresa que fará as obras de recuperação do viaduto]. Os concorrentes teriam de contar com essa compensação, embora o valor não estivesse ainda definido", explica o vereador Arnaldo Soares. Essa indefinição gerou dúvidas nos concorrentes.
Já após a abertura do concurso público, a Câmara fez um novo apelo à Refer. "Argumentámos que deviam ser parceiros da Autarquia, até porque o viaduto só existe devido à via-férrea", continua. A insistência surtiu efeito e a empresa pública concordou em suportar os custos que os condicionamentos das obras terão na operação ferroviária. "Significará uma redução significativa do preço da intervenção e trará menos insegurança aos concorrentes. Calculo que corresponderá a uma redução dos custos na ordem dos 70 a 80 mil euros", esclarece Arnaldo Soares. A alteração obrigou a anular o concurso inicial e a adaptar o caderno de encargos.
O novo concurso público foi lançado a 31 de Maio. A expectativa municipal é que a obra no viaduto, orçada em 494 mil euros, arranque durante o mês de Agosto. "Teve de ser anulado, pois corria o prazo final de entrega das propostas. É um atraso de dois meses, mas, se tudo correr com normalidade, pode começar em Agosto e terminar no final deste ano", sustenta o autarca. O prazo de execução é de quatro meses.