Trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Famalicão em greve
Cerca de duas dezenas de funcionários da Santa Casa da Misericórdia de Famalicão concentraram-se na manhã desta quinta-feira, em frente ao lar S. João de Deus, em Gavião, Famalicão.
Corpo do artigo
Estão em greve pela regulação do horário de trabalho, pela contratação de mais trabalhadores e pelo fim do "assédio e perseguição" aos funcionários sindicalizados.
A paralisação prolonga-se até sexta-feira, altura em que os trabalhadores farão um desfile até à sede da Santa Casa da Misericórdia para ali entregar uma moção.
Segundo Ana Rodrigues, coordenadora do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), em causa está o facto da instituição impor que o descanso complementar seja diluído e não concentrado num único dia.
Por outro lado, Conceição Costa, dirigente sindical e trabalhadora na Santa Casa há cerca de 30 anos, nota que os recursos humanos não são os suficientes para o trabalho que existe, uma vez que, devido ao ambiente que se vive e à pandemia, há pessoas de baixa médica. Aponta ainda que o ambiente de trabalho "não é bom", fazendo com que os novos colaboradores contratados se vão embora, e que, devido à "sobrecarga de trabalho", os idosos não têm os cuidados que deveriam.
Contactado pelo JN, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Famalicão remeteu esclarecimentos para um comunicado enviado às redações, onde considera não existirem "fundamentos válidos" para a greve.
"Esta instituição sempre pautou a sua atuação pelo cumprimento da lei e pelo diálogo. Salientamos que não houve nenhuma alteração em termos de horários de trabalho e dos outros assuntos (...) relativamente ao que se tem praticado com a anuência da generalidade dos funcionários, pelo que nos espanta este comportamento agressivo para com uma instituição secular que sempre se pautou pelo bom relacionamento com os trabalhadores", lê-se no comunicado. A nota acrescenta que a greve tem "motivações externas, alheias a questões laborais".