A Federação dos Sindicatos Cerâmicos anunciou, esta terça-feira, que os trabalhadores da Cerâmica de Valadares vão ficar concentrados durante toda a noite junto à porta da empresa para impedir a circulação de camiões.
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"Temos tendas e alimentação garantidas. Esta tomada de posição é para manter até que a empresa pague os salários em atraso", afirmou o dirigente sindical Augusto Nunes. A adminsitração da empresa disse que está a fazer todos os esforços para regularizar a situação e comprometeu-se a anunciar, até às 17 horas, uma data para proceder aos pagamentos.
Dezenas de trabalhadores da Cerâmica de Valadares concentraram-se esta terça-feira de manhã em frente às instalações da empresa, em Gaia, para exigir o pagamento dos salários de Dezembro e Janeiro.
Em declarações aos trabalhadores concentrados à porta da cerâmica, o sindicalista Augusto Nunes afirmou ser necessário manter a união.
"Só aceitamos reunir com a administração da empresa, que sabe qual é a nossa justa luta", frisou aos funcionários.
Em declarações aos jornalistas, Augusto Nunes referiu ter indicações de que não será possível pagar hoje os salários em atraso e acrescentou que a presença durante a noite, junto da empresa, visa "o impedimento da entrada e saída de camiões".
O sindicalista informou ainda que um grupo de trabalhadores de Coimbra vai deslocar-se até Gaia, em solidariedade com os colegas, participando na concentração nocturna.
A fábrica centenária Cerâmica de Valadares, que emprega cerca de 400 trabalhadores, esteve já paralisada no final de Dezembro de 2011, devido à falta de dinheiro para pagar o gás. Na altura, estavam em atraso os salários de Novembro e de Dezembro e o subsídio de Natal.
Em meados de Janeiro, a administração da Cerâmica Valadares informou os trabalhadores de que haveria "alguém interessado" em viabilizar a empresa, mas não avançou desde então mais pormenores sobre o eventual negócio, segundo fonte da comissão de trabalhadores.