Capitania exige mais nadadores nos areais. Época balnear começa no sábado para grande parte das praias de norte a sul.
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A Capitania dos Portos do Douro e de Leixões exige que os concessionários das praias do Porto e de Matosinhos contratem mais 12 nadadores-salvadores para que a época balnear seja aberta a 15 de junho em segurança. Caso essas contratações sejam recusadas, as concessões podem ser fechadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o que deixaria os areais sem vigilância. Recorde-se que neste sábado a época balnear abre em 179 praias e no dia 15 noutras 233. Em maio, 55 areais passaram a ser vigiados e os restantes 551 começam a ter nadadores-salvadores em datas distintas.
Em causa estão os planos de salvamento integrado apresentados à capitania que, de acordo com Cruz Martins, capitão dos portos do Douro e Leixões, "não estão de acordo com a lei". "São planos que têm estado a funcionar em pleno nos outros anos. Não vejo razão para a rejeição", afirmou Luís Carvalho, vice-presidente da Associação de Concessionários de Praia, que disse desconhecer a situação e por isso não se pronunciou sobre a contratação de mais nadadores-salvadores. Por sua vez, Cruz Martins garantiu ter informado os concessionários sobre a necessidade de revisão dos planos. Caso isso não aconteça, não serão aprovados.
Praias distantes
"O problema é que [o plano do ano passado] funcionou, mas não devia ter funcionado. Não podemos seguir o mesmo caminho", garante Cruz Martins, aludindo à carência de meios de socorro nas praias.
De acordo com o capitão, a vigilância dos areais tem de ser feita, obrigatoriamente, por dois nadadores-salvadores a cada 100 metros. Os planos integrados de salvamento poderão reduzir esse número através de outros meios de socorro - como motos-quatro ou motas de água -, de forma a garantir que o socorrista da praia mais próxima consegue seguir em auxílio em menos de três minutos.
Capitania indica 49 nadadores-salvadores para garantir a segurança nas praias. Planos dos concessionários preveem 37
"Há sítios em que as praias são muito distantes e os concessionários propõem que só lá esteja um nadador-salvador em vez de dois. Mas a realidade é que o outro que está mais próximo não consegue lá chegar em menos de três minutos porque as praias não são contíguas e têm zonas de rochas. É preciso ir à estrada nacional", explicou Cruz Martins.
O capitão acrescentou que as propostas dos planos de salvamento integrado são entregues pelos concessionários à capitania que, por sua vez, as envia para o Instituto de Socorros a Náufragos, que emite um parecer. Cruz Martins alertou que muitos planos apresentados por concessionários do Porto e de Matosinhos receberam parecer desfavorável e terão de ser revistos.
Cada vez mais difícil arranjar vigilantes
A dificuldade na colocação de nadadores-salvadores nas praias para o arranque da época balnear adivinha-se este ano mais difícil que em anos transatos. Alexandre Tadeia, presidente da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores refere que há menos jovens a procurar o curso de ingresso à profissão e que as dificuldades vão ser sentidas em todo o país. "Enquanto não forem publicados os incentivos à profissão, os problemas vão-se acentuar", explica. Os incentivos preveem a isenção da propina escolar, entre outros.