A atriz faleceu esta terça-feira em Nemours, perto de Paris, acompanhada pelos filhos. Aos 87 anos, Claudia Cardinale deixa um legado de talento, liberdade e elegância que atravessa gerações.
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Claudia Cardinale, uma das atrizes mais emblemáticas do cinema europeu, morreu esta terça-feira aos 87 anos na sua casa em Nemours, perto de Paris. Segundo o seu agente Laurent Savry, a atriz faleceu "junto dos seus filhos", encerrando uma vida marcada por talento, elegância e determinação.
Nascida na Tunísia, filha de uma tunisiana e de um ferroviário siciliano, Claudia descobriu o cinema quase por acaso. Ainda adolescente, venceu concursos de beleza que a levaram à Itália, abrindo caminho para uma carreira que a tornaria numa estrela internacional.
Carreira e glamour
Foto: AFP
O ano de 1963 foi decisivo para Cardinale: brilhou em "O Leopardo", de Luchino Visconti, e em "8 e ½", de Federico Fellini, dois clássicos que a consagraram. Nesse mesmo ano, participou também em "A Pantera Cor-de-Rosa", de Blake Edwards. Entre Europa e Hollywood, trabalhou com realizadores como Sergio Leone, Werner Herzog e Manoel de Oliveira, acumulando mais de 150 filmes.
Para além do cinema, a atriz deixou uma marca indelével no mundo da moda. Em 2019, leiloou cerca de 130 peças do seu guarda-roupa pessoal, criadas por nomes como Nina Ricci, Yves Saint Laurent e Giorgio Armani. "Os itens à venda são do final dos anos 1950 à década de 1970 e foram escolhidos de forma a contar uma trajetória", explicou à "ELA".
Claudia Cardinale e Giorgio Armani
Foto: Benoit Tessier/ AFP
Claudia Cardinale destacou-se também pela sua voz rouca, olhar marcante e carisma único. Trabalhou com galãs como Marcello Mastroianni, Burt Lancaster e Alain Delon, e cultivou amizades duradouras com estilistas e colegas, tornando-se uma referência de elegância e liberdade no grande ecrã.
"Ela deixa-nos o legado de uma mulher livre e inspirada, tanto na sua trajetória como mulher, quanto como artista", afirmou Laurent Savry. Cardinale permanece como símbolo de talento, estilo e coragem criativa, uma verdadeira musa que atravessa gerações.
Foto: Guillaume Souvant/AFP