
Foto: Neil Hall / EPA
A duquesa de York terá enviado um e-mail a pedir desculpa ao agressor sexual condenado Jeffrey Epstein depois de este ter ameaçado "destruí-la" numa chamada telefónica.
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A mensagem é de abril de 2011, na qual Sarah Ferguson, ex-mulher do príncipe André, descreveu Epstein como um "amigo supremo", depois de o ter renegado publicamente nos meios de comunicação social.
De acordo com o "The Telegraph", James Henderson, o seu porta-voz na época, disse que o e-mail foi enviado após um telefonema "ameaçador e desagradável" do agressor sexual, no qual tinha uma "voz como Hannibal Lecter". Segundo Henderson, Epstein ficou indignado com a descrição que Ferguson fez dele como pedófilo e fez um telefonema "assustador" no qual ameaçou tomar medidas legais.
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"As pessoas não compreendem o quão terrível Epstein era. Lembro-me de tudo sobre essa chamada. Foi uma chamada assustadora e estou surpreendido por alguém ter sido amigo dele, tendo em conta a forma como falou. Disse que destruiria a família York e foi bastante claro quanto a isso. Disse que me destruiria. Ele não estava a gritar. A sua voz era como Hannibal Lecter. Era muito fria e calma, ameaçadora e desagradável", contou Henderson ao mesmo jornal. "A pressão que ela sofreu para proteger a família deve ter sido enorme. Tenho a certeza de que houve processos judiciais. E isto foi muito antes de a vida do duque ter sido arruinada pela sua associação a Epstein. Foi há 14 anos e todos farão o que for preciso para proteger as suas famílias. A família e os filhos dela virão sempre em primeiro lugar".
Várias instituições de solidariedade, entre as quais a Teenage Cancer Trust, a Prevent Breast Cancer e a National Foundation for Retired Service Animals, romperam laços com a duquesa, de 65 anos, na segunda-feira, após o surgimento do e-mail. O seu pedido de desculpas a Epstein surgiu após uma entrevista publicada no "Evening Standard" em março de 2011, na qual disse ter cometido um "erro terrível de julgamento" ao aceitar 15 mil libras (17,2 mil euros) do empresário, um agressor sexual condenado, para pagar as suas dívidas, acrescentando: "Abomino a pedofilia". No e-mail de desculpas, a duqueza descreveu-o como um "amigo leal, generoso e supremo". Também "desculpou-se humildemente" por criticá-lo em público e disse-lhe que sabia que "se sente terrivelmente desapontado".
Epstein foi encontrado morto na sua cela numa prisão federal em Manhattan, nos EUA, em agosto de 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual. A morte foi considerada um suicídio.

