Adriano Moreira: Crise só será ultrapassada se "interesse nacional" prevalecer
O académico e antigo ministro Adriano Moreira considerou hoje, sexta-feira, que o país só será capaz de superar "das maiores crises" que tem enfrentado se "o interesse nacional" for colocado "acima das diferenças partidárias".
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À margem das comemorações do 100.º aniversário do Instituto dos Pupilos do Exército (IPE), Adriano Moreira criticou ainda que não tenha sido "transmitida permanentemente" aos portugueses "a realidade com que o país se defrontava".
"É das maiores crise que o país tem enfrentado (...) naturalmente é o momento em que pôr o interesse acima das divergências e interesses partidários é fundamental e por isso mesmo o talento de governar tem que aparecer, não é o talento de competir por um eleitorado", disse.
Caso os agentes políticos e a "sociedade civil" não sejam capazes de colocar "o interesse nacional acima das diferenças partidárias" então, acentuou, "dificilmente venceremos a crise".
Para o professor universitário, "não há necessidade de renunciar às diferenças", mas apenas de "encontrar, aceitar e defender o paradigma comum que dá identidade ao país".
O antigo ministro manifestou ainda "esperança que o espírito de responsabilidade de governar" prevaleça e que seja encontrada "uma atitude comum para enfrentar uma das maiores crises que o país tem enfrentado".
Adriano Moreira defendeu ainda a importância de existir "uma certa coincidência indispensável entre o discurso sobre aquilo que se entende fazer para o futuro e aquilo que se faz efetivamente".
No entender do académico, a distância "entre o dito e o feito é grave" já que "é aí que está a falta de autenticidade que dá origem à falta de confiança".
Admitindo que o problema "é de toda a Europa" e mesmo "ocidental", Adriano Moreira apontou que a "circunstância de Portugal" mostra que "esse problema é fundamental" e é preciso "restabelecer essa confiança".