O presidente do PS, António Almeida Santos, admitiu hoje, quarta-feira, que as medidas previstas no Orçamento do Estado para 2011 poderão levar o Governo a "perder o poder", além de perder "popularidade e votos".
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Comentando o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano, Almeida Santos considerou que as medidas configuram "uma resposta corajosa, da parte do Governo, que vai perder popularidade, como é óbvio, vai perder votos, porventura vai perder o poder, mas que fez aquilo que o país precisava".
"Mesmo assim, eu acho que o Governo, sendo um Governo doloroso para os portugueses, é um bom Governo para o país", defendeu o presidente socialista.
Para Almeida Santos, o Orçamento do Estado "se for bem executado" - o que disse esperar acontecer - "é uma séria resposta" à crise.
"Toda a gente diz que é um mau Orçamento. Eu tenho dito que é um bom Orçamento porque é o que o país precisa. Implica sofrimentos para as pessoas, mas não é por isso que ele é mau", disse o líder socialista.
Almeida Santos acrescentou que "infelizmente temos mesmo de pedir às pessoas que assumam sacrifícios, porque os portugueses têm vivido quase sempre acima das suas possibilidades" e "têm de regressar a viver dentro das suas possibilidades, para não termos crises financeiras como a que agora temos", sublinhando que a atual crise é universal.
Cunhal, "um ídolo"
Sobre a sua participação no lançamento da obra que reúne textos de Álvaro Cunhal, Almeida Santos justificou que o antigo líder comunista foi "um ídolo" da sua juventude, por quem disse ter "uma admiração muito grande".
"Estive sentado do lado [dele] durante muito tempo nos governos de que fizemos parte ao mesmo tempo e isso reforçou a minha admiração e amizade por ele e a amizade dele por mim. Entendi que hoje devia prestar-lhe esta homenagem. Tivemos muitas divergências, mas isso nunca impediu que nutríssemos uma profunda admiração", sustentou Almeida Santos.