Almeida Santos considera que o poeta e deputado tem "uma grande paixão pelo Partido Socialista que morrerá com ele".
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Almeida Santos, que se encontra em Angola em visita particular, disse ainda, à saída de uma audiência com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que também não imagina Manuel Alegre a dizer que não quer ser deputado do PS.
Manuel Alegre reúne, esta sexta-feira, o seu grupo de apoiantes do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) e da corrente de Opinião Socialista (Ops!) para decidir um eventual apoio ao PS nas eleições legislativas, encontro em que estão praticamente excluídos cenários de ruptura com Sócrates e de criação de um novo partido.
Sobre a eventualidade de Manuel Alegre avançar para um novo partido, Almeida Santos disse "conhecer bem" Manuel Alegre e acredita, por isso, que não vai avançar para essa possibilidade.
"Sei que o Manuel Alegre tem uma paixão pelo Partido Socialista que não o vai deixar sair dessa sua família que é uma família que ele não quer perder nem nós queremos perdê-lo a ele. É uma grande figura, continuará a ser socialista, não tenho duvidas sobre isso", atirou.
Ainda em declarações aos jornalistas, o ex-Presidente da Assembleia da República fez um sublinhado ao "êxito económico e político" de Angola, lembrando que este país "atravessou momentos difíceis no passado, felizmente todos superados", defendendo: "Agora é avançar no sentido de cada vez mais progresso e desenvolvimento".
"Angola e Portugal viveram momentos difíceis mas agora vivem momentos muito positivos do ponto de vista da cooperação e do entendimento entre os dois governos", disse.
Almeida Santos aproveitou ainda para elogiar o governo português e o primeiro ministro, José Sócrates, pela forma como encaram o relacionamento entre Portugal e Angola.
"Nós temos um Governo e um primeiro ministro que teve a clarividência do que pode significar no futuro Angola para Portugal mas também Portugal para Angola, porque nós temos um nível tecnológico que pode ser muito útil para Angola", disse.
"Angola está em pleno desenvolvimento e nós temos um nível que pode ser muito útil para Angola no futuro. O entendimento que existe entre os dois governos é vantajoso para os dois países", afirmou.
E há de facto um clima muito positivo entre as autoridades políticas de Angola e de Portugal.
Lembrou a crise e o impacto desta no crescimento económico de Angola, defendendo que a seguir ao "crescimento prodigioso" angolano nos últimos anos, "é natural que cresça agora mais moderadamente" mas "crescerá sempre".
Almeida Santos está em Angola para lançar neste país o seu livro "Que Nova Ordem Mundial?", que vai ter lugar hoje no Centro Cultural Português, de Luanda.
O realce dado por Almeida Santos às boas relações entre Lisboa e Luanda surge dois dias depois de o Conselho de Ministros angolano, que é presidido por José Eduardo dos Santos, ter sublinhado o "clima de confiança mútua" entre Angola e Portugal, questão que foi analisada na reunião da passada quarta-feira.
"O clima de confiança mútua que se tem vindo a estabelecer permitiu que fossem assinados entre os dois países 108 instrumentos jurídicos de cooperação, dos quais um Acordo Geral de Cooperação, 10 Convenções, quatro Acordos de Cooperação, três Adendas, 16 Memorandos de Entendimento, 35 Protocolos de Cooperação, um Regulamento Interno e dois Convénios", descreve o comunicado oficial do Conselho de Ministros.