A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Publica considerou que o plenário e o desfile desta sexta-feira em Lisboa foram "uma grande acção de luta" que serviu de mobilização para a manifestação de Novembro e a greve geral.
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"O plenário nacional e o desfile de dirigentes e activistas sindicais foram uma demonstração de força muito grande contra as medidas que o Governo pretende impor aos trabalhadores da função pública", disse Ana Avoila à Agência Lusa.
Para a sindicalista, o protesto constituiu "uma grande acção de luta" que serviu também para iniciar a mobilização para a manifestação e a greve geral de Novembro.
Durante o plenário, realizado no Rossio, Ana Avoila prometeu que os trabalhadores da administração pública vão estar em luta contra os cortes salariais e dos subsídios de férias e Natal e a retirada de direitos até que a situação se inverta.
O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, que participou no protesto da função pública, criticou as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo por considerar que vão levar ao empobrecimento geral dos trabalhadores e pensionistas.
Lembrou a situação da Grécia, referindo que os trabalhadores gregos perderam nos últimos três anos cerca de 35 por cento das suas remunerações.
"Estamos a seguir o mesmo caminho que a Grécia", disse aos manifestantes, lembrando que os funcionários públicos portugueses perderam em dois anos cerca de 30 por cento da remuneração.
O líder da Intersindical defendeu que, caso haja renegociação da divida na Grécia, também terá de haver em Portugal.
Alguns milhares de funcionários públicos concentrados no Rossio, em Lisboa, aprovaram "uma grande manifestação nacional" da administração pública para a primeira quinzena de novembro.
Após o plenário, os trabalhadores desfilaram até ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, para manifestar o seu protesto contra os vários cortes que têm sido impostos.
Os manifestantes acabaram por acatar as indicações da polícia e ocuparam a estrada junto ao Ministério, cujas portas estavam encerradas para evitar uma eventual entrada dos manifestantes.
A deputada comunista Rita Rato deslocou-se ao local para se solidarizar com os trabalhadores em protesto e disse à Agência Lusa que esta foi mais uma resposta à retirada de direitos e de remuneração aos funcionários públicos, que irão reforçar a luta com a manifestação e a greve geral.