O presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira, o social-democrata Manuel Baeta, disse, esta quinta-feira, ter ficado "perplexo" com a proposta de Orçamento do Estado para 2013 e defendeu que o Governo deve ser substituído.
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"O que eu acho é que um Governo tão insensível como este, que só prejudica o povo, não pode governar um país como deve ser. Por isso, este Governo deveria e deve ser substituído, porque este Governo não serve ao país", afirmou à agência Lusa Manuel Baeta, em Câmara de Lobos, onde hoje esteve nas cerimónias do Dia do Concelho.
O também presidente da Câmara Municipal da Calheta declarou ter ficado "perplexo" com a proposta de Orçamento do Estado para 2013.
"Pensei que o Governo iria recuar um bocadinho nestas medidas drásticas que teve contra o povo, mas, ao mesmo tempo também -- já em tempos eu tinha referido publicamente -- que este é o governo mais insensível que conheci até hoje. E, portanto, nesta medida não me espantei assim tanto como isso".
Para Manuel Baeta, o Governo, de coligação PSD/CDS-PP, quer "retirar tudo o que tem para retirar do bolso das pessoas, de todo o povo", apontando os salários ou setores como a saúde.
"Tudo o que é mais importante é que o Governo tira, ou seja, não baixa nas gorduras do Estado, não baixa naquilo que deve baixar, por isso eu acho que isto é gravíssimo", declarou.
Considerando que este "é o pior orçamento de sempre", adiantou: "Acho que isto é violento demais e acho que o povo não merece realmente uma violência tão grande a este nível".
Questionado sobre o impacto da proposta de Orçamento do Estado para os municípios, o dirigente alertou que "vai ser péssimo".
"As pessoas não têm poder de compra, os investimentos vão baixar muito, ninguém pode investir, os restaurantes vão fechar porque não há possibilidades de pagar um IVA daquela natureza tão alto, o desemprego vai aumentar e isto vai ficar um caos", alertou.
Para Manuel Baeta, as autarquias "vão sentir isso e de que maneira".
"Os munícipes, no dia-a-dia, vão ter connosco, falar das suas dificuldades, como os podemos ajudar, o que podemos fazer e nós, às vezes, tentamos ter resposta adequada para cada problema, mas eu acho que neste caso cada vez vai ser pior e cada vez mais temos as mãos atadas para podermos ajudá-los no que quer que seja", acrescentou.
O Governo entregou na segunda-feira, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado de 2013, que prevê um aumento dos impostos, incluindo uma sobretaxa de 4% em sede de IRS.
O orçamento é votado na generalidade no final dos dois dias de debate, 30 e 31 de outubro. A votação final está agendada para 27 de novembro no parlamento.