A Associação dos Oficiais das Forças Armadas negou, esta quinta-feira, que os militares estejam "acima da lei" e voltou a pedir que o ministro das Finanças explique o congelamento das progressões nas carreiras, já que os salários foram cortados em Janeiro.
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"Até à data ainda não vimos nenhuma resposta por parte do Governo relativamente às afirmações que foram feitas e que não correspondem à verdade", disse aos jornalistas o secretário-geral da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), tenente-coronel Quintela Leitão.
A AOFA foi uma das associações das Forças Armadas que hoje participou na reunião da comissão coordenadora dos sindicatos e associações das forças e serviços de segurança, em que foi analisado o impacto do congelamento das progressões nas carreiras nos ministérios da Administração Interna e da Defesa anunciadas na semana passada pelo ministro das Finanças.
Na ocasião, Vítor Gaspar explicou que esta é uma medida que pretende corrigir uma "irregularidade" e que já estava prevista no Orçamento do Estado para 2011, e faz parte das medidas antecipadas para controlar a despesa do Estado.
"Queremos que [o ministro das Finanças] explique se foi um erro ou que explique o que o levou a afirmar que as carreiras dos militares iam ser congeladas, o que causa estranheza porque isso já aconteceu. Desde Janeiro que os militares sofrem os mesmos cortes que os restantes funcionários públicos", afirmou o secretário-geral da AOFA.
Quintela Leitão adiantou que "os militares não estão acima da lei", sustentando que "cumprem a lei e são um dos pilares da estrutura do Estado".
Além da OAFA, também participaram na reunião dos representantes sindicais das forças e serviços de segurança a Associação Nacional de Sargentos (ANS) e Associação de Praças da Armada (APA).
As associações das Forças Armadas participaram no encontro por partilharem das mesmas preocupações que as forças e serviços de segurança.
A comissão coordenadora dos sindicatos e associações das forças e serviços de segurança agendou hoje uma semana de luta em Setembro, que poderá incluir uma manifestação e paralisações, caso o Governo não dê uma resposta positiva às reivindicações.
As associações das Forças Armadas ainda não tomaram qualquer decisão sobre uma eventual participação em acções de protestos.